Contraf/CUT reforça reivindicação pelo fim do caixa-minuto e em defesa da Caixa 100% pública
09/12/2016 - Por Bancários CGR
Na terceira reunião do Grupo de Trabalho sobre Caixa-Minuto, realizada na quarta-feira (7), em Brasília, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) reforçou mais uma vez a cobrança pelo fim da designação por minuto para os empregados que exercem a função de caixa, ao mesmo tempo que reafirmou a impossibilidade das entidades representativas homologarem contrato de trabalho sobre demanda nos caixas, cujo propósito é a descaracterização da Caixa Econômica Federal 100% pública.
Em resposta a essa reivindicação, os representantes do banco insistiram na tese da pertinência da mudança, vista como necessária para “viabilizar” a eficiência da empresa na disputa de mercado. Esses argumentos foram prontamente contestados pela Contraf/CUT, para quem o que torna a Caixa realmente lucrativa é o seu papel social, que proporciona resultado positivo para a empresa e a diferencia de outras instituições financeiras.
“A função de caixa, exercida atualmente por 12.858 empregados país afora, é diferenciada de qualquer outro banco, dado as especificidades das operações levadas adiante pela Caixa. Exemplo disso está registrado no atendimento da população em relação ao FGTS, seguro-desemprego, crédito imobiliário e operações relativas a políticas públicas”, lembrou Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa). Segundo ele, além de desqualificar a função, a existência de caixas-minuto é uma medida que se traduz em desmonte das agências físicas e prevalência de unidades digitais, priorizando o mercado em lugar dos interesses dos cidadãos.
Na reunião com os representantes da Caixa, Dionísiso Reis foi taxativo: “O caixa-minuto faz parte de um projeto privatista que precariza as relações de trabalho e o atendimento à população, desfigurando o papel social da Caixa. Com a extinção da função de caixa, a empresa quer aumentar as atribuições do empregado, tornando-o múltiplo, o que acarreta em retirada de direitos conquistados com base em muita luta, mobilização e unidade. Defendemos a Caixa 100% pública e sabemos que o respeito aos empregados e à população passa pelo fim de medidas como a do caixa-minuto”.
A reunião não foi conclusiva. No próximo dia 19 de dezembro, em novo encontro que acontece em Brasília, a Caixa ficou de apresentar para o GT sobre Caixa-Minuto uma proposta, que depois será encaminhada para apreciação da mesa permanente de negociações.
Projeto-piloto
Na reunião do GT, a Contraf/CUT cobrou ainda esclarecimentos a respeito do projeto-piloto Rede de Operações, implantado inicialmente no Distrito Federal e depois executado em cinco agências em Jundiaí (SP), com previsão de expansão para outras seis no município paulista.
Na ocasião, os representantes dos empregados questionaram o formato adotado pela Caixa nas experiências dos projetos-pilotos. A suspeita é de que essas mudanças, feitas mais uma vez de forma unilateral, implicam em prejuízos pessoais e profissionais aos trabalhadores, com o objetivo de reduzir custos, extinguir funções, diminuir postos de trabalho e focar nos negócios.
Depois de alguns esclarecimentos feitos pela empresa, a Contraf/CUT mostrou preocupação com a semelhança do projeto-piloto com o que foi implantado no Banco do Brasil (2011), seguindo a lógica dos bancos privados. “O modelo aponta na direção de que os tesoureiros passam a absorver as atribuições operacionais de gerentes gerais e supervisores de atendimento, apenas com a troca de nomenclatura da função para gestor da operação. Como resultado disso, vão adquirir responsabilidade para administrar a bateria de caixas, sem a contrapartida na remuneração. E isso não podemos admitir”, contesta Dionísio Reis.
Foi levantada ainda a hipótese de que, para os caixas, a situação será mais problemática. A tendência é de que, no futuro, esse segmento será desvinculado da lotação da agência e vinculado a uma nova plataforma operacional, passando a realizar atividades como caixas itinerantes. Isso poderá significar que, a cada período, os caixas passem a exercer função em unidades diferentes.
BIM
Os empregados da Caixa receberam esta semana e-mails convidando para a inscrição no Banco de Intenção de Movimentação (BIM), o que causou alvoroço entre os empregados. Os representantes dos trabalhadores questionaram o banco, durante a reunião. A Caixa respondeu que é uma movimentação normal. São 80 agências que estão com falta de empregados e eles estão abrindo o BIM para suprir a falta de empregados.
Fonte: Contraf-CUT