Notícias do Sindicato Destaques
Covid-19: Preservar apenas os grupos de risco pode ter efeitos irreversíveis para saúde e economia
02/04/2020 - Por Bancários CGR
Seguir essa tese pode nos empurrar para o que aconteceu com outros países, que estão colhendo os efeitos catastróficos da postura, com a morte de milhões de pessoas
O mundo vive uma das maiores crises de saúde de toda a história. Com o avanço da pandemia causada pelo novo coronavírus estamos sofrendo um grande dilema social, que só pode ser equilibrado e vencido com o compromisso, respeito e atuação eficaz dos governantes e das autoridades de saúde.
Junto com esta crise veio à tona outro grande paradigma: quem salvar primeiro? A saúde ou a economia? Estudos e experiências já noticiadas de outros países, que vivem uma situação pior que o Brasil, revelam que para achatar a curva de expansão do vírus é necessário o isolamento horizontal. Ou seja, adotar a restrição do contato social e manter funcionando apenas serviços essenciais para amparar a população.
Em contrapartida, um grupo de governantes e empresários defendem a ideia do isolamento vertical, que é isolar apenas os vulneráveis e abrir novamente as portas para os demais grupos. Mas no que isto vai implicar?
Seguir essa tese pode nos empurrar para o que aconteceu com a Itália, Reino Unido, Holanda, Estados Unidos e até a própria China, primeiro epicentro da epidemia, (que também adotaram esta linha) e estão colhendo os efeitos catastróficos da postura, com a morte de milhões de pessoas.
O Brasil enfrenta um grande desafio: evitar a proliferação do vírus e o colapso total do Sistema de Saúde. Como o próprio Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já afirmou durante várias entrevistas coletivas concedidas a imprensa nacional, a doença irá afetar a todos (ricos e pobres) e a falta de assistência também. Haja vista que, não há respiradores suficientes para atender toda a população.
O movimento de alguns governantes e de empresários para reabrir comércios e ir de encontro as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde é no mínimo irresponsável. Principalmente neste momento, início de abril, com a situação prestes a se agravar com o pico de casos no país.
Não há sentido em ignorar os fatos e colocar a vida de todos em risco, com o falso discurso de salvar a economia. O Estado tem obrigação de criar medidas assistenciais urgentes que amparem a todos. E não condenar os mais pobres a própria sorte.
A única forma de conter o avanço do vírus e salvar o máximo de pessoas possíveis é permanecer em casa, adotando o quanto antes o isolamento horizontal.
Fonte: Seeb_CGR