CUT e categoria bancária realizam ato contra a independência do Banco Central nesta quinta-feira

01/10/2014 - Por Bancários CGR

altOs papéis do Banco Central e dos bancos públicos federais têm ocupado lugar de destaque no debate eleitoral, com candidatos à Presidência da República defendendo a independência da autoridade monetária no país e a diminuição da importância das instituições financeiras estatais, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES. Contra essas propostas, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) realizam atos em frente às diversas sedes do BC.

Estão programadas atividades em pelo menos 10 estados: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Esses atos fazem do calendário de mobilização da campanha salarial 2014 dos bancários.

Para o presidente da CUT, o bancário Vagner Freitas, tornar o BC independente seria o mesmo que “delegar à raposa o controle sobre o galinheiro”, ou seja, entregar o BC aos banqueiros privados, justamente os que devem ser controlados pela instituição”. E lembra: “É acreditar no `deus` mercado como o grande organizador da sociedade. Mas estamos falando do mesmo mercado desagregador, incapaz de uma autorregulação mínima, como mostraram as crises econômicas de 1929 e 2008. Eles tiveram liberdade e a usaram para provocar o caos econômico que se alastrou, derrubou mercados e a economia de dezenas de países. Milhares de empresas quebraram e milhões de pessoas ficaram desempregadas na Europa e nos Estados Unidos”.

A diminuição do papel dos bancos públicos, proposta defendida por alguns candidatos, é outra preocupação dos movimentos sindical e social. Instituições como BB, Caixa e BNDES tiveram papel importante na evolução da economia brasileira nos últimos anos, principalmente após a crise de 2008: quando os privados retraíram o crédito, foram as instituições estatais que passaram a sustentar sua oferta. Estudo do Dieese mostra que a participação relativa dos bancos públicos no saldo total das operações de crédito da economia saltou de 36%, em janeiro de 2008, para 51% em dezembro de 2013, enquanto que os privados nacionais reduziram a oferta de 43% para 33% e os estrangeiros de 21% para 16%, no mesmo período.

Isso mostrou-se fundamental para o crescimento na última década. Fica daí a constatação: o país não se avançaria como nos últimos 10 anos sem o crédito disponibilizado pelos bancos públicos.

Essas questões precisam ser pensadas com a seriedade necessária, até porque apontam para mudanças radicais que, uma vez postas em prática, não serão revertidas com facilidade.

Fonte: Fenae Net

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