CUT entrega pauta de reivindicações da central à presidenta
18/08/2011 - Por Bancários CGR
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique,  conseguiu ontem o que estava tentando há oito meses - uma reunião com a  presidente Dilma Rousseff para levar a agenda da central. O encontro, de  pouco mais de uma hora, no meio da tarde de ontem no Palácio do  Planalto, foi norteado pelas campanhas salariais do segundo semestre.  Responsável pelas principais categorias do país - como bancários,  metalúrgicos, petroleiros e químicos -, que negociam salários entre o  mês que vem e novembro, a CUT levou a Dilma a avaliação de que as  medidas de desaceleração da economia perseguidas pelo governo desde o  início do ano não devem passar pelos salários.
 
 Henrique abriu a reunião com uma proposta e uma crítica ao governo. A  CUT defendeu a criação de uma cláusula contratual nos empréstimos que  bancos públicos concedem às empresas que condicione o repasse de  recursos à redução da rotatividade de funcionários. Em seguida, Henrique  criticou afirmações recentes de Alexandre Tombini, o presidente do  Banco Central, para quem, segundo Henrique, "salário mais alto gera  inflação". Na reunião, Henrique afirmou que o BC e o governo como um  todo "deveriam ultrapassar essa opinião retrógrada".
 
 Dilma afirmou que a instituição de metas trabalhistas nos contratos de  empréstimos concedidos por Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal  (CEF) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)  "pode ser trabalhada", numa tentativa de aproximação com a central.  Sobre as críticas ao BC, no entanto, Dilma apenas escutou em silêncio.
 
 Segundo Henrique, as negociações salariais deste segundo semestre serão  "quentes". "Vai ter muita greve se os empresários não quiserem repartir  ao menos uma pequena parte do enorme lucro que vem embolsando nos  últimos anos", disse, ao final da reunião.
 
 Na conversa, Henrique defendeu também que as negociações salariais do  funcionalismo público neste segundo semestre ao menos façam a reposição  da inflação acumulada nos 12 meses terminados no momento das  negociações. Nenhuma negociação de servidores, neste ano, foi fechada  com aumento salarial acima da inflação. Segundo informações de  sindicalistas, representantes das empresas estatais têm afirmado, nas  mesas de negociação, que, por determinação do governo, os reajustes não  devem superar a inflação em 2011.
Fonte: Contraf-CUT com João Villaverde - Valor Econômico
