CUT ocupa Brasília com 30 mil trabalhadoras na Marcha das Margaridas
16/08/2011 - Por Bancários CGR
Nesta terça e quarta-feira, dias 16 e 17, a capital do Brasil receberá a  maior manifestação de mulheres da América Latina. A terceira edição da  Marcha das Margaridas planeja levar a Brasília cerca de 100 mil  trabalhadoras rurais que defenderão um modelo de desenvolvimento  sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.
 
 O encerramento, na tarde de quarta-feira, no Parque da Cidade, deve  contar com a participação da presidenta Dilma Rousseff. Durante os dois  dias também estão previstas manifestações diante dos ministérios, do  Congresso Nacional e o lançamento de campanhas contra os agrotóxicos e  pela reforma política.
 
 A expectativa da CUT é reunir mais de 30 mil militantes ligadas a 17  federações para lutar por uma pauta que interessa a toda a classe  trabalhadora. "Além de marcar presença como a primeira grande atividade  eminentemente feminina do governo Dilma, a marcha tratará de temas que  atingem todas nós como o combate à violência, a igualdade salarial, o  acesso à creche, a regulamentação do trabalho doméstico, a atualização  dos índices de produtividade e o limite da propriedade da terra, além da  questão dos empregos verdes.", enumerou Rosane Silva, secretária de  Mulheres da CUT.
 
 Visibilidade para garantir conquistas
 
 Para Carmen Foro, secretária de Meio Ambiente da Central, as marchas  foram essenciais para avançar em questões como o crédito rural  específico para as mulheres, a titulação de terras em nome das rurais e o  programa de documentação para essas trabalhadoras. Conquistas que  fizeram a atividade crescer.  
 
 "A primeira e a segunda edição duraram um dia e nos restringimos a  entregar nossa pauta. Chegamos à conclusão de que era insuficiente e  precisaríamos também construir uma mesa de negociação para termos  respostas do governo e dos ministérios a curto, médio e longo prazo,  sendo o longo prazo o mandato dessa gestão", explicou.
 
 Segundo ela, a ampliação foi uma exigência das trabalhadoras para  permitir também o encontro com o interior do Brasil e a troca de  experiência em diversos aspectos. A expansão também busca garantir maior  visibilidade para as reivindicações.
 
 Mulheres livres
 
 Rosane comenta que manifestações como a marcha são uma forma de pressão e  uma maneira de fazer com que o Brasil comece a reconhecer que a classe  trabalhadora tem dois sexos também no segmento rural. "Por conta da  nossa luta, mais de um milhão de mulheres foram beneficiadas pela  emissão de documentos básicos. Até então, não tínhamos noção de que  tantas companheiras não tinham acesso a esse direito. Da mesma forma, o  crédito que só tinha o homem como beneficiário, passa a atender também a  mulher. O próximo passo é fazer com que as companheiras não sejam  prejudicadas no acesso ao financiamento por conta da inadimplência dos  maridos", afirma.
 
 Carmen acredita que é fundamental o diálogo com a sociedade para mostrar  que as reivindicações das Margaridas também afetam aos homens e  mulheres da cidade. "A marcha é protagonizada pelas mulheres do campo e  da floresta, mas não é restrita a elas. Defender uma alimentação  saudável, livre de agrotóxicos, não interessa apenas às rurais. A  educação, o acesso à saúde são mais difíceis no campo, mas não são um  direito adquirido na cidade. Por isso, precisamos somar forças para que  possamos avançar", diz.
 Violência é contra todos
 
 Um dos pontos fundamentais da mobilização deste ano será o combate à  violência no campo. A preocupação pode ser explicada por dados da CPT  (Comissão Pastoral da Terra). Entre 2001 e 2011, passou de 7% para mais  de 20% a quantidade de mulheres na lista de ameaçadas de morte por conta  da questão agrária no Brasil.
 
 "O perfil do conflito mudou. Não se trata mais apenas da terra, mas  também do local onde há recursos naturais em abundância como a água, a  floresta, o solo bom para plantar, onde as mulheres sempre estiveram  porque precisam produzir para alimentar a família. Acabar com essa  vergonhosa forma de violência é uma responsabilidade que cabe a todos  nós", define Carmen.
 
 Programação:
 
 Terça - dia 16 de agosto
 
 Madrugada - Chegada e acolhimento das delegações
 5h30 - Café da manhã
 
 A partir das 9h:
 . Inauguração da Mostra Nacional da produção das Margaridas
 
 Painel de Debate: O desenvolvimento Sustentável
 
 . Lançamento da campanha contra os agrotóxicos
 . Lançamento da PL de iniciativa popular para Reforma Política
 . Sessão solene no Congresso Nacional
 . Ato no Congresso Nacional
 . Exposição Fotográfica - Mulheres Trabalhadoras na Marcha das 
 
 Painel de Debate: Margaridas - Trajetória de Lutas - Hall da Taquigrafia - Congresso Nacional
 
 Noite: Abertura política da Marcha das Margaridas 2011
 
 . Lançamento do CD "Canto das Margaridas"
 . Noite-jantar
 . Show com Margareth Menezes
 
 Quarta - dia 17 de agosto
 
 5h - Café da manhã
 7h - Saída da Cidade das Margaridas para a Esplanada dos Ministérios
 10h - Ato na Esplanada, em frente ao Congresso Nacional
 15h - Ato de encerramento com a presença da presidenta Dilma, no Parque da Cidade
 17h - Retorno das delegações aos estados
Fonte: CUT Nacional
