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Economia melhora, mas juros ainda limitam crescimento
23/12/2025
Apesar da perspectiva de melhora, especialistas alertam que a política monetária segue como o principal freio ao crescimento, já que a taxa básica de juros permanece em 15% e coloca o Brasil em 2º lugar no ranking mundial de juros reais

Segundo a Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a economia brasileira deve sentir melhora, ainda que tímida, em 2026. No entanto, apesar da perspectiva de melhora, especialistas alertam que a política monetária segue como o principal freio ao crescimento, já que a taxa básica de juros permanece em 15% e coloca o Brasil em 2º lugar no ranking mundial de juros reais. Economistas avaliam que o Banco Central tem adotado uma postura excessivamente conservadora, prolongando juros elevados mesmo com sinais de desaceleração da inflação.
Juros altos encarecem o crédito, reduzem o consumo das famílias e desestimulam investimentos produtivos, afetando principalmente os mais pobres e pequenos empreendedores. Embora o BC justifique a decisão como necessária para controlar a inflação, o custo social dessa estratégia é elevado e contribui para um crescimento fraco em 2026, estimado em 1,6%.
Por outro lado, o governo federal tem concentrado esforços para estabilizar a economia e reduzir impactos sobre a população mais vulnerável. Medidas de recomposição da renda, ampliação de programas sociais e estímulos ao emprego ajudaram a sustentar o consumo e a manter o desemprego em níveis baixos. Além disso, a melhora das contas públicas, com a redução do déficit para R$ 50,7 bilhões em 12 meses até novembro de 2025, reforça a credibilidade fiscal e cria espaço para políticas econômicas menos restritivas.
A inflação medida pelo IPCA (Índice de preços ao consumidor) deve fechar 2025 em 4,4%, com recuo projetado para 4,2% em 2026, o que fortalece a expectativa de início da queda dos juros no próximo ano. Especialistas defendem que, diante desse cenário, uma mudança mais rápida na política do BC poderia estimular o crescimento sem comprometer o controle inflacionário, favorecendo justamente os setores e famílias mais afetados pelo custo elevado do crédito.
