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Empregados e movimentos sociais preparam atos para quinta (7) na Caixa

06/12/2017 - Por Bancários CGR

Empregados devem estar preparados e se mobilizar para defender o banco 100% público

Sindicatos de bancários de todo o país devem intensificar a mobilização dos empregados da Caixa Econômica Federal em todo o país contra a intenção do governo Temer tornar o banco uma empresa de sociedade anônima, entre outras medidas promovidas pelo banco que prejudicam os funcionários e toda a sociedade. A intensão é, em ações conjuntas com movimentos sociais, promover a paralisação das atividades e ocupações de agências e departamentos na quinta-feira (7), provável data da próxima reunião do Conselho de Administração da Caixa.

“No primeiro semestre, a participação dos empregados da Caixa nas Greves Gerais foi muito grande, fundamental para o sucesso da paralisação dos bancos naquela ocasião. Novamente precisamos nos preparar para realizar atos no dia 7. Se houver alteração da data da reunião do CA, mudamos também a data dos atos”, disse Dionísio Reis, coordenador da CEE/Caixa. “Estamos realizando atos em defesa dos bancos públicos todas as quartas-feiras, mas, muitos empregados, apesar de indignados, ainda precisam aderir à mobilização. Por isso, estamos pedindo para os dirigentes sindicais intensificar o trabalho junto à categoria e se organizar junto aos movimentos sociais para ampliar a visibilidade dos nossos protestos e, consequentemente, nosso poder de reivindicação com o banco”, completou o dirigente.

Os movimentos sociais, principalmente de luta por moradia, também estão protestando contra os ataques promovidos pelo governo Temer aos bancos públicos, uma vez que eles são os responsáveis pelos investimentos públicos nas áreas da habitação, da agricultura familiar, desenvolvimento regional, redução da fome e da desigualdade socioeconômica.

“A Caixa é responsável por aproximadamente 70% da carteira de financiamento habitacional e o banco do Brasil tem participação semelhante na carteira de crédito agrícola voltado aos pequenos e médios produtores, os responsáveis pela produção dos alimentos que chegam às nossas mesas”, lembrou o coordenador da CEE/Caixa. “Bancos privados não têm interesse neste tipo de carteira. Estão mais interessados no lucro do que em atender aos interesses da população”, completou.

Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, explicou que muitas das medidas que o banco está tomando são consequências da falta de capitalização do banco. “Todo o sistema financeiro tem necessidade de capitalização. Trata-se de uma regulamentação internacional do sistema financeiro. No caso da Caixa, o governo é o único cotista. Caberia a ele aportar os recursos. Mas, o governo não irá fazê-lo para inviabilizar o banco e suas ações. A consequência direta é o corte de crédito, que já está ocorrendo nos programas habitacionais, e a redução de despesas, dentre elas, a alteração da forma de custeio do Saúde Caixa, o corte da gratificação de funções, o fechamento de agências, entre outras medidas que atingem diretamente os funcionários e a população que mais precisa dos serviços da Caixa”, disse.

Rita, que também é coordenadora do Comitê Nacional de Defesa das Empresas Públicas, explicou ainda que o Conselho de Administração da Caixa é composto por cinco representantes dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, além do presidente da Caixa e apenas ela como representante dos empregados. “Nossa participação no Conselho não garante a aprovação ou reprovação das propostas, mas permite aos trabalhadores ter conhecimento do que será votado. Assim eles podem se organizar para pressionar os demais membros do conselho”, observou.

Segundo a CEE/Caixa, ao colocar em prática as propostas contra os direitos dos empregados, o banco mostra sua clara intenção de pactuar com os ataques à classe trabalhadora promovidos pelo governo Temer. O banco tenta tornar a Caixa uma sociedade anônima, assim como ampliar a participação dos empregados no custeio do Saúde Caixa; se recusa a assinar o termo de compromisso, que resguarda os direitos dos empregados mesmo com entrada em vigor da nova lei trabalhista; e já revogou o normativo RH 151, que assegura a incorporação da gratificação de função aos empregados que ficam por, pelo menos, 10 anos no exercício do cargo. “Já entramos com ação na justiça pedindo a manutenção do direito de incorporação da gratificação de função. Mas, somente com a mobilização de todos os empregados teremos forças para barrar estes ataques”, insistiu Dionísio.

Atos dia 7
Na próxima reunião do Conselho de Administração da Caixa, que deve ocorrer na quinta-feira (7), será votada a alteração no estatuto da Caixa, para transformar o banco em uma sociedade anônima. “Tornar a Caixa uma S/A é meio caminho andado para abrir o capital para investimentos privados e, desta maneira, tirar o caráter público do banco”, explicou Rita Serrano.

“Temos que estar preparados. A direção do banco queria ter aprovado a mudança do estatuto na reunião ocorrida em 18 de outubro e só não conseguiu graças à nossa mobilização. Agora eles virão com mais sede ainda ao pote. Temos que estar mais unidos e atuantes para barrar este ataque contra a Caixa, uma instituição fundamental para a população e o desenvolvimento do país”, ressaltou o coordenador da CEE/Caixa.

Bônus
Sem qualquer negociação com os representantes dos empregados, a direção do banco implantou o programa Bônus Caixa, que promove a desvalorização dos salários, com redução da renda total do trabalhador, segrega empregados, impõe metas individuais, aumenta o adoecimento e incentiva a competição entre colegas. “É a implantação das novas regras da reforma trabalhista, que prejudica muito os trabalhadores. Vamos lutar contra essa medida imposta pela direção do banco sem qualquer tipo de negociação”, observou o coordenador da CEE/Caixa.

 

Fonte: Contraf-CUT

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