Entrevista: `estamos quebrando paradigmas`, afirma Deise Recoaro

08/03/2012 - Por Bancários CGR

altNeste dia internacional da mulher, comemorado em 08 de março, muitos desafios são encontrados pelas trabalhadoras que atuam em suas múltiplas jornadas. A data comemorativa é vista como dia para refletir, para analisar a história que está sendo escrita diariamente com lutas, dificuldades e muitas alegrias também.

Com o objetivo de partilhar a atuação da mulher na sociedade, o Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB-MT) realizou uma entrevista especial com a secretária de Políticas Sociais da Confederação dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT), Deise Aparecida Recoaro.

O que as mulheres têm para comemorar no dia 08 de março?
De cara, as mulheres comemoram a ocupação feminina em vários setores da sociedade, como a presidência da República onde a Dilma está no seu segundo ano de mandato. Isso é importante, pois junto veio uma série de nomeações para cargos importantes no Governo. Nós ocupamos cargos que antes eram dos homens, estamos quebrando paradigmas, nos qualificando, politizando, estamos fazendo a história, estamos conquistando cada vez mais.

Quais os principais desafios das mulheres na atual sociedade?
Romper com a desigualdade social, acabar com a diferença de salários. Nós somos mais qualificadas no mercado de trabalho e ganhamos menos, o que detecta uma desvantagem salarial, e nós temos que acabar esta discriminação, devemos nos organizar. A transformação desta realidade passa pela organização e o sindicato é uma ferramenta para nos organizarmos. O Sindicato é o nosso espaço de atuação e a transformação não ocorre individualmente, por isso, devemos ser atuantes no nosso sindicato. Temos que olhar o dia 8 de março e estranhar a realidade e não olharmos com naturalidade, pois ainda existem diferenças.

Como o sistema financeiro está tratando as mulheres?
O tratamento está muito aquém. As mulheres são mais escolarizadas, estão em pontos estratégicos, atendem os bancos, pois é lucrativo para eles, mas a desvalorização continua. Não é bom para ninguém a desigualdade, nem para o homem. A valorização deve ser para todos, temos que ter as mesmas chances, as mulheres de ocupar espaços que antes eram dos homens e os homens terem a oportunidade de realizar outras atividades como cuidar dos filhos, da casa... Temos que ter as mesmas chances.

O que te motiva a lutar pelo direito das mulheres no movimento sindical?
O que me motiva é acreditar que nós mulheres devemos sair do papel de vítima e sermos tratadas com igualdade. Nossa luta é por uma sociedade mais justa. Nós, mulheres, já estamos fazendo história e junto com a nossa bandeira estamos trazendo outras para combater a discriminação, lutamos pelos negros, os homoafetivos, os deficientes. Nossa grande virtude é agregar outras bandeiras das minorias e lutamos juntos. Nossa grande questão é defender os direitos humanos.

O que você tem a dizer para todas as trabalhadoras nesta semana de comemoração ao Dia Internacional da Mulher?
Digo que não temos que banalizar as diferenças, não achar que é normal. Temos que pensar em transformar a realidade. Outro grande desafio que temos que superar é o combate à violência, não há justificativa para isso, é vergonhoso o número de mulheres que são vítimas. Nós mulheres podemos mudar a realidade.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb MT

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