Não fossem as decisões equivocadas em relação à precarização de muita de suas funções de atendimento, a Caixa Federal poderia ter tido um lucro maior do que o divulgado nesta terça-feira, 19/2. O lucro líquido acumulado em 2012 chegou a R$ 6,1 bilhões, 17,1% superior a 2011, e é considerado recorde pela direção da empresa.

O resultado se deve basicamente ao crescimento de 42% de sua carteira de crédito, que encerrou o ano com saldo de R$ 353,7 bilhões e ao esforço dos trabalhadores, apesar da precarização promovida pela Caixa desde abril de 2012.

“O lucro é resultado do esforço dos trabalhadores que enfrentaram um ano com péssimas condições de trabalho, falta de empregados, terceirizações nas áreas de concessão do crédito e extinção da carreira na área de concessão do crédito imobiliário, que inclui o programa Minha Casa, Minha Vida, que é o grande diferencial da Caixa em relação às grandes instituições financeiras. Sem a precarização do trabalho, o lucro seria muito maior”, avalia Tiago Vasconcellos, diretor do SindBancários e empregado da Caixa.

Os números da Caixa também foram positivos no quarto trimestre. De setembro a dezembro, o lucro líquido foi de R$ 1,9 bilhão, alta de 15,6% sobre o mesmo período de 2011. A base de clientes da Caixa em dezembro de 2012 totalizou 65,2 milhões, superior a 2011 em 11,4%.

O lucro foi alto mesmo diante de cenário de redução das taxas de juros e do spread bancário (na prática, a margem de lucro). Um dos fatores apontados como decisivo no lucro recorde foi o lançamento do programa Caixa Melhor Crédito, em abril de 2012, que ampliou a participação da Caixa no mercado. No total, segundo o banco, foram abertas 6,8 milhões de novas contas, aumentando de 12,3% para 15% a participação da Caixa no mercado.

Fonte: Fenae