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Experiências de resistência a privatizações no Brasil são compartilhadas em seminário sindical internacional

08/10/2020 - Por Bancários CGR

As experiências de resistência a privatizações no Brasil foram compartilhadas com representantes sindicais do continente americano em um seminário internacional, nesta quarta-feira (7).

Realizado de forma digital pelo Fórum Sindical das Américas, o encontro “O Público em Mãos Públicas” contou com a participação da brasileira Rita Serrano, representante eleita dos funcionários no Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal e integrante do Comitê Nacional de Defesa de Empresas Públicas.

“Tudo que é público é voltado para o cidadão. O olhar privado se volta para o consumidor. Não é possível uma sociedade baseada na lógica de que o serviço público só é fornecido para quem pode pagar”, iniciou Serrano.

Nesse sentido, a brasileira defendeu métodos de diálogo com a população na busca de conscientização da sociedade sobre a importância das empresas públicas através, por exemplo, de documentos que combatam mitos sobre a suposta superioridade do setor privado sobre o público.

“Vamos tentando colocar nossa posição em meio à população. É imprescindível debater com a sociedade, em todos os lugares do mundo, as ameaças postas. Não podemos conceder que as multinacionais definam o tamanho do Estado”, defendeu.

Serrano anunciou que parte dos materiais produzidos pelo Comitê será traduzido para o espanhol, para utilização por outras organizações da América Latina em processos de luta contra possíveis privatizações.

Mark Dimondstein, do Sindicato dos Trabalhadores Postais dos EUA, ressaltou a necessidade de diálogo entre o sindicalismo e a população em geral, utilizando métodos que mandem “uma mensagem muito clara aos políticos, a de que o povo defende o serviço postal público”.

Para o sindicalista dos EUA, o serviço postal, em seu país e no Brasil, é um claro exemplo de que há uma ofensiva internacional sobre os serviços públicos.

“Os desafios enfrentados pelos trabalhadores tem caráter global. O objetivo do capital internacional é privatizar serviços públicos ao redor do mundo. Estamos na linha de frente na luta contra as privatizações”, conclamou Dimondstein ao enviar uma saudação aos trabalhadores dos Correios brasileiros, que recentemente encerraram uma greve.

A declaração final, fruto do encontro, apontou que a pandemia de Covid-19 e seus efeitos evidenciaram “o que já vínhamos declarando: a insuficiência do atual modelo de Estado e de economia global”.

“Exigimos que os multimilionários e as grandes empresas transnacionais paguem sua cota, e que os governos promovam reformas tributárias que incidam proporcionalmente mais sobre o 1% mais rico. É necessário um novo contrato social em nível global”, defendeu o documento.

Fonte: Reconta Aí

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