Festival de "nãos" marca negociação específica com Banco do Nordeste
14/09/2011 - Por Bancários CGR
Repetindo a postura adotada por todos os bancos até aqui, o Banco do  Nordeste do Brasil (BNB) negou a maioria das reivindicações apresentadas  pelo Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, na  negociação específica realizada nesta terça-feira (13), em Fortaleza. A  segunda rodada do processo negocial com o banco tratou das cláusulas  relacionadas a benefícios, previdência e saúde do trabalhador.
 
 "A negociação com o BNB foi mais um festival de `nãos` para as demandas  dos bancários", afirma Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo  Financeiro da Contraf-CUT, que acompanhou a negociação. "É fundamental  ampliar a mobilização para pressionar o banco e arrancar novas  conquistas", sustenta.
 
 O banco negou praticamente todos os itens da minuta relacionados a  benefícios. Da pauta de benefícios, apenas duas voltarão ao debate:  auxílio creche e financiamento de veículos. Todas as outras foram  negadas. Entre elas, destacam-se os itens ligados à pauta de isonomia,  especialmente a extensão da licença-prêmio para os bancários admitidos a  partir de 1997. O banco justificou a série de negativas, dizendo que o  gasto com a folha de pagamento de 2010 foi muito alto, o que  inviabilizaria a concessão de novos benefícios.
 
 Os representantes dos bancários rejeitaram esse argumento e cobraram do  banco a apresentação desse crescimento das despesas com pessoal.  "Queremos avaliar esse gasto, checando, por exemplo, com que setor do  funcionalismo ele se deu", afirma Miguel. O banco se comprometeu a  trazer as informações nesta quarta-feira (14), quando a negociação terá  prosseguimento.
 
 Saúde
 
 Quanto às cláusulas de saúde do trabalhador, os itens relativos à Camed,  plano de saúde dos funcionários do banco, foram encaminhados para uma  reunião específica agendada para a semana que vem, em data a ser  confirmada. Na ocasião, o banco se comprometeu a apresentar o resultado  do grupo de trabalho e encaminhamentos aprovados internamente em relação  ao plano de saúde.
 
 Além disso, os bancários cobraram a instalação de equipamentos  ergonômicos em todas as unidades do banco. A empresa afirmou que essa  adaptação está sendo feita conforme avançam as reformas que estão  alterando a identidade visual das unidades, que também contemplariam as  questões de ergonomia e acessibilidade. Cobrado pelos bancários, o BNB  ficou de apresentar o cronograma das obras.
 
 Previdência
 
 Nas reivindicações relativas à previdência, o BNB concordou com a  criação de um grupo de trabalho (GT) para tratar especificamente da  Capef, fundo de pensão dos funcionários. 
 
 "Por conta da grande importância e complexidade da questão, cobramos do  banco uma dinâmica diferente no GT, para acelerar o processo de  discussão. Dessa forma, vamos realizar uma reunião já na próxima semana  para estabelecer um planejamento das ações do grupo de trabalho", diz  Tomás de Aquino, coordenador da Comissão Nacional de Negociação dos  Funcionários do BNB, órgão da Contraf-CUT que assessora o Comando. 
 
 O banco afirmou que já possui algum acúmulo em discussões internas a respeito do tema.
 
 PLR
 
 Uma informação preocupante foi trazida pelo banco à mesa de negociação.  De acordo com os negociadores da empresa, até agora, o valor aprovado  pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais  (DEST) para o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) é  de 9% do lucro líquido, o que representa um retrocesso em relação aos  14% que foram distribuídos pelo BNB em 2010.
 
 "Com esse valor, o banco faz parecer que não pretende pagar a PLR  Social, que distribuiu 5% dos lucros linearmente no ano passado. Se essa  é a posição do governo, trata-se de um grande retrocesso e vamos  precisar de muita mobilização para reverter", afirma Miguel.
 
 O Sindicato dos Bancários do Ceará já está organizando atividade de  mobilização junto aos trabalhadores no Passaré para a próxima  quinta-feira (15). O Comando Nacional conclama os demais sindicatos a  intensificarem a mobilização na mesma data.
 
 A negociação continua nesta quarta-feira para tratar doas clausulas sindicais e funcionais.
Fonte: Contraf-CUT
