Governo eleva limite de participação estrangeira no BB

07/11/2013 - Por Bancários CGR

O governo ampliou, por meio de decreto presidencial, o limite de participação de estrangeiros no Banco do Brasil de 20% para até 30% do capital, atendendo a um pedido da instituição financeira.

Segundo o vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB, Ivan Monteiro, o pedido foi feito diante da previsão de aumento da demanda por ações do banco com as novas regras do Ibovespa -- índice da bolsa paulista que reúne as principais ações brasileiras.

"Se o banco ganhar mais presença no índice, os fundos que acompanham o Ibovespa precisarão comprar mais ações da instituição", explicou Monteiro à Reuters.

Outro motivo é que a fatia dos estrangeiros esteve nos últimos meses muito próxima do limite vigente até agora. "Em maio, essa participação chegou a 19,97 por cento", disse o executivo do BB.

As ações do BB reagiram em alta à notícia, com valorização de 1,06 por cento às 12h47, depois de subirem 2,58 por cento na máxima. O Ibovespa tinha queda de 0,76 por cento.

O aumento do limite de estrangeiros também deve ampliar a liquidez das ações, com potencial de reduzir a diferença entre os múltiplos do BB e bancos privados de capital aberto, segundo Monteiro.

Em setembro, segundo dados da Bovespa, o giro médio diário negociado de ações do BB foi de quase 180 milhões de reais. Isso se compara ao valor de 327 milhões de reais para as preferenciais do Itaú e de 215 milhões de reais para as do Bradesco.

O ajuste no limite para estrangeiros no capital do BB já ocorreu duas vezes no passado. A primeira vez foi em 2006, quando o governo elevou de 5,6 para 12,5 por cento. A segunda vez foi em 2009, quando o limite passou de 12,5 para 20 por cento.

Monteiro disse não há planos de fazer novos pedidos ao governo nesse sentido. "A gente acha que este limite é confortável para os próximos 30 ou 40 anos", afirmou.

O percentual de ações do banco em circulação é de 30,2 por cento atualmente e, por isso, Monteiro avalia que os estrangeiros não têm como passar do limite de 30 por cento de presença no capital do BB. "Elevamos o limite para 30 por cento para não ter que solicitar ajustes ao governo toda hora."

Os outros quase 70 por cento das ações do BB são detidas por governo, Tesouro e Previ, fundo de pensão dos funcionários do banco.

Reuters Brasil

Outras Notícias