Campanha

Hoje é dia de proposta com aumento real, PLR maior, mais empregos e manutenção dos direitos

31/07/2018 - Por Bancários CGR

Representantes dos bancários voltam à mesa de negociação, nesta quarta, e cobram proposta final, compromisso assumido pelos bancos em 13 de junho

Na rodada de negociação de 12 de julho, os bancos recusaram assinar o pré-acordo de ultratividade, que garantiria a validade dos direitos dos bancários até o final das negociações da Campanha Nacional 2018. A justificativa dos negociadores da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foi de que, no dia 1º de agosto, um mês antes da data base da categoria (1º de setembro), apresentariam uma proposta final para ser apreciada pelos trabalhadores.

Por isso, na quinta rodada de negociação, desta quarta-feira, os representantes de bancários de todo o Brasil, que compõem o Comando Nacional da categoria, cobram essa proposta final. “Queremos respostas para todas as reivindicações já debatidas de saúde e condições de trabalho, emprego, igualdade de oportunidades, além das cláusulas econômicas que serão tratadas nesta quarta”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando.

Não são poucos os números e indicadores que comprovam a plena capacidade dos bancos de atender às reivindicações da categoria. Em 2017, as cinco maiores instituições financeiras que compõem a mesa de negociação pela Fenaban, lucraram juntas R$ 77,4 bilhões. Um valor astronômico que impressiona ainda mais quando revelado que o montante foi 33,5% maior que no ano anterior.

“Que setor cresceu dessa maneira numa crise da proporção que estamos vivendo no Brasil”, questionou a dirigente. “Isso é resultado do trabalho dos bancários, muitas vezes além do limite para alcançar os resultados perseguidos pelos bancos”, criticou Juvandia.

A presidenta da Contraf-CUT lembra dos mais de 40 mil postos de trabalho extintos pelo setor desde 2016 para citar um outro dado que dá a dimensão do quanto os bancos devem ao Brasil: “eles são responsáveis por apenas 1% dos empregos criados no Brasil entre 2012 e 2017, mas por 5% dos afastamentos por doenças relacionadas ao trabalho”, de acordo com levantamento realizado pela Fecomércio.

Outro dado surreal: as famílias brasileiras comprometem a maior parte dos seus gastos com o pagamento de juros aos bancos. Foram R$ 354,8 bilhões transferidos da renda dos trabalhadores para as instituições financeiras em 2017, o que representa 17,9% de aumento real, ou seja, já descontada a inflação. De acordo com a pesquisa, o montante superou os R$ 291,3 bilhões gastos com alimentação fora de casa, os R$ 154,3 bilhões dos gastos com transporte urbano e os R$ 129,9 bilhões pagos em aluguel.

“Os bancos têm uma dívida imensa com a sociedade brasileira e com seus empregados”, destaca a presidenta da Contraf-CUT. “Os bancários querem aumento real, PLR maior, garantia para seus empregos e direitos e cobram isso com a certeza de que trabalham para um setor que está em totais condições de atender todas essas reivindicações e, mais que isso, contratar mais bancários para prestar um atendimento cada vez melhor para toda a sociedade.”

Negociações específicas BB, Caixa e BNB

Paralelamente às rodadas de negociação com a federação dos bancos  que discutem a pauta geral da categoria para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) -, os representantes dos bancários do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste realizam mesas de negociação com as direções dos respectivos bancos para debater as pautas específicas dos trabalhadores de cada uma das instituições financeiras, para a renovação dos respectivos acordos coletivos aditivos à CCT.

A quarta mesa com a Caixa será no dia 2 de agosto, e voltarão a ser debatidos os temas relacionados ao Saúde Caixa, o fim do descomissionamento de gestantes, garantias contra as ameaças da nova lei trabalhista, PLR e PLR Social. A quarta mesa com o Banco do Brasil será no dia 3 de agosto e discutirá cláusulas econômicas.  Já no Banco do Nordeste a terceira mesa de negociação será no dia 6 de agosto na matriz do banco em Fortaleza.

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Fonte: Seeb-CGR com Contraf-CUT

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