HSBC lucra R$ 611,9 mi no 1º semestre e bancários cobram fim da rotatividade
24/08/2011 - Por Bancários CGR
O HSBC divulgou nesta terça-feira, 23 de agosto, lucro líquido de R$  611,9 milhões no primeiro semestre deste ano. O valor é 44,25% superior  ao registrado em igual período de 2010. 
 
 "O positivo da notícia divulgada no dia de hoje é que o resultado  apurado pelo banco vem do aumento das operações de crédito. Isso porque  quando o banco inglês chegou no Brasil em 1997, apesar de ter afirmado  que este seria o seu foco, passou a atuar como os demais bancos  brasileiros apostando em operações de tesouraria, compras de títulos  públicos e cobranças de tarifas", avalia Miguel Pereira, secretário de  Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT. 
 
 A subseção do Dieese da Contraf-CUT irá produzir uma análise detalhada  do balanço divulgado para subsidiar as entidades sindicais. 
 
 Por outro lado, apesar dos fatores positivos, Miguel cobra condições  adequadas de trabalho para os trabalhadores que se empenham para  conquistar o lucro da empresa. "Temos recebido muitas reclamações, de  que falta suporte tecnológico, o que gera muito retrabalho. Faltam  funcionários nas unidades para suprir todas as demandas. Em suma, os  empregados cobram melhores condições de salário e de trabalho", aponta.   
 
 Fim da rotatividade 
 
 Junto com os resultados, o banco inglês anunciou a contratação de 605  novos funcionários no país. Porém, a rotatividade ainda se apresenta  como um fator preocupante. 
 Durante o mesmo período, foram admitidos 1.957 trabalhadores e  dispensados 1.352. "Apesar do saldo positivo de 605 empregos, as  demissões atingem geralmente os empregados com salário maior, sendo  substituídos por outros com remuneração inferior", diz Miguel. 
 
 O banco também divulgou durante a apresentação dos resultados globais a  previsão de contratação de mais mil gerentes na área de relacionamento,  porém, apesar da medida ser aparentemente positiva, cria um problema  interno no setor de recursos humanos e remuneração. "Isso porque as  contratações serão feitas com profissionais do mercado, que acabam  ingressando com remuneração superior aos atuais funcionários que já  atuam no banco. Por que não priorizar e promover o quadro interno da  empresa?", questiona Miguel. 
 
 Resultados com dois critérios 
 
 Há dois critérios para a contabilidade dos resultados na instituição  financeira. Um deles é nacional e o outro internacional. O banco inglês  havia anunciado o lucro no Brasil como o quarto maior do grupo, isso  antes do pagamento dos impostos. O valor atingido foi de US$ 637  milhões, cerca de R$ 900 milhões. "De acordo com as normas brasileiras, o  resultado de R$ 611,9 milhões resulta em cerca de 50% do que foi  apurado conforme o critério internacional", avalia Miguel. 
 
 Campanha Nacional 
 
 Em negociação ocorrida no dia 4 de agosto, em São Paulo, solicitada pela  Contraf-CUT, para cobrar explicações sobre o anúncio de demissão de 20%  de seus empregados em todo o mundo, o diretor executivo para relações  institucionais do HSBC, Hélio Duarte, reafirmou a importância do mercado  brasileiro para o banco, que atua em 87 países e possui cerca de 296  mil funcionários em todo o mundo. 
 
 Para Miguel, "os resultados positivos obtidos no Brasil abrem ótimas  perspectivas para avançarmos nas negociações, em busca de melhores  condições de salário e trabalho para os cerca de 20 mil funcionários que  atuam no país".  
 
 "O HSBC precisa valorizar seus funcionários no Brasil, que tem  conquistado bons resultados, mas que ainda podem ser muito melhores,  caso a empresa reconheça de fato a importância de todos os bancários",  conclui Miguel.
Fonte: Contraf-CUT
