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Inclusão bancária deve ser acompanhada de outras medidas

28/10/2020 - Por Bancários CGR

Apresentada como um dos trunfos da atual gestão da Caixa Econômica Federal e do atual Governo Federal, a inclusão bancária promovida por conta da criação de contas poupanças digitais para o recebimento do auxílio emergencial – além de outros direitos, como o FGTS – deve ter seus efeitos relativizados diante de outros fatores.

Rita Serrano, representante eleita dos funcionários no Conselho de Administração da Caixa, lembra que não se trata da primeira vez que um grande processo de bancarização ocorre através da Caixa.

Entre 2012 e 2015, foram criadas as contas Caixa Aqui. Ao final de 2015, havia 12 milhões de contas, correntes ou poupanças, nesta modalidade.

“A bancarização empodera as pessoas. Elas podem prestar serviços, fazer operações. Com a possibilidade de acabar o auxílio [emergencial], parte destas contas se manterá ativa? Acredito que não”, adiciona Serrano.

“Não é possível desvincular a bancarização com o fato de que a economia está paralisada, com altos índices de desemprego, assolada pela desindustrialização. Quando se fala de inclusão, estamos falando de um conjunto de ações. Não existe inclusão de um pé só”, finaliza ela, que qualifica a política do Governo Federal como “nefasta”.

Doutor em economia, Paulo Kliass segue por uma avaliação similar: “Por mais críticas que nós temos ao processo de financeirização, mas isso significa de alguma forma de integração cidadã. O processo de bancarização, de integração financeira, é um processo ‘inevitável’. Esse processo foi crescente nos últimos anos”, inicia.  

Kliass também lembra um outro fator que limita os efeitos da inclusão bancária de setores informais e precarizados da economia. A falta de acesso crédito. Hoje, as instituições financeiras concedem crédito, nas maior parte das vezes, apenas a quem tem renda garantida.

Fonte: Reconta Aí

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