Injeção de recursos via salário mínimo faz crescer

04/11/2010 - Por Bancários CGR

Trabalhadores querem manter, no governo Dilma, política de valorização aplicada no Brasil desde 2003alt

A política de valorização do salário mínimo, criada no governo Lula em negociações com o movimento sindical, é responsável por parte importante dos resultados alcançados pela economia brasileira nos últimos anos.

Desde 2003, quando era de R$ 240, o reajuste total do piso nacional foi de 155% e o aumento real bateu a casa dos 53,67% em janeiro deste ano, quando o valor chegou a R$ 510. Essa recuperação ajudou a melhorar a vida de mais de 45 milhões de pessoas, que direta ou indiretamente têm sua renda baseada no salário mínimo.

Distribuição de renda que contribuiu com o desenvolvimento econômico do Brasil. Sabemos da importância dessa política que ajudou no crescimento do Brasil e queremos estabelecer os critérios para que seja mantida também no governo da presidenta Dilma Rousseff.

Dilma já anunciou, em sua primeira entrevista coletiva após eleita, nesta quarta-feira 3, que o mínimo deve ter aumento no ano que vem e, caso o crescimento se mantenha, ficar “acima de R$ 600 no fim de 2011”. Ela defendeu o critério atual de reajuste – baseado na inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores – e afirmou que o governo já estuda meios de compensar a pequena correção prevista para este ano. Isso porque a economia não cresceu em 2009, ou seja, o aumento levaria em conta somente a inflação do período. “O Brasil teve uma recuperação muito forte, então estamos avaliando se é possível fazer essa compensação”, afirmou Dilma.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também defendeu o critério atual de reajuste e criticou a proposta do ex-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, de elevar o salário mínimo para R$ 600 neste ano. “O povo não é mais massa de manobra. O povo sabe o que é política séria e o que é promessa. A Dilma se elegeu sem precisar fazer promessa fácil”, disse.

Centrais – A CUT e demais centrais sindicais já se organizam para debater o valor do mínimo para 2011 e definir, junto ao governo, uma política permanente de reajuste do piso nacional. A primeira reunião acontece nessa quinta-feira 4, com o relator da Comissão Mista de Orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF).

Em nota, o presidente da CUT, Artur Henrique, destacou que a abertura de negociações entre o atual governo, a equipe de transição e as centrais sindicais em torno do valor do salário mínimo para janeiro de 2011, reafirmada em entrevista pela presidenta eleita Dilma Rousseff, reflete um entendimento surgido logo depois que foi confirmada a queda do PIB de 2009. “Entendemos que os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros não são os responsáveis pela crise e, por isso, não deveriam perder a oportunidade de ter aumento real em 2011. Isso não significa, no entanto, que pretendemos rediscutir como um todo a atual política de valorização permanente do salário mínimo. Ao contrário, queremos mantê-la, com as previstas revisões periódicas, até pelo menos 2023, quando está aberta a possibilidade de construção de um novo acordo.”

Cláudia Motta - 03/11/2010

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