Itaú Unibanco: Agir e RR geram confusão e revolta

22/10/2010 - Por Bancários CGR

Muitos funcionários ficaram sem receber por programas próprios e quem recebeu ficou insatisfeito

O Itaú Unibanco apresentou o maior lucro líquido da história do sistema financeiro nacional no primeiro semestre deste ano, com R$ 6,4 bi, mas os principais responsáveis pelo desempenho, os bancários, foram subestimados na hora da partilha.

Na terça-feira 17, ao verificar os valores creditados para os programas próprios Agir e RR (Remuneração por Resultado), inúmeros trabalhadores ficaram indignados.

“Ocorreram várias distorções. Gerente recebendo menos que chefe de serviço, assistentes de gerência do Personnalité e chefes de controle não sabem como foi feito o crédito e reclamam da avaliação subjetiva, unidades onde nenhum funcionário da área comercial recebeu o pagamento”, relata a dirigente sindical Márcia Basqueira que constatou a revolta em diversas agências. “Outro problema ocorre nas agências do Unibanco, onde os bancários tiveram creditados apenas quatro meses de RR e nada receberam pelos dois meses de Agir. E mais, enquanto os caixas do Unibanco receberam pelo programa próprio os do Itaú nada receberam.”

A insatisfação é tanta que desde a data do crédito, a fila de espera junto à área de remuneração do banco ultrapassa quarenta minutos. “Todos querem saber como foi feito o cálculo. Quando enviam e-mail para saber a razão do valor, raramente têm retorno e os que conseguem recebem apenas respostas genéricas e evasivas”, afirma a dirigente, destacando que muitos problemas seriam evitados se o Sindicato pudesse fazer o acompanhamento dos programas próprios.

Direito – Segundo a diretora do Sindicato Ana Tércia Sanches, os bancários têm direito de saber o quanto devem receber e qual parâmetro é utilizado para chegar ao montante recebido. Ela cita a Lei 1.982/77 que trata de participação nos lucros e resultados e que estabelece regras claras e objetivas, além de “mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado”.

“Ao não deixar claro a forma de distribuição e as regras dos programas, o banco está descumprindo a lei. E é principalmente essa falta de transparência que tem revoltado os trabalhadores que se desdobraram para cumprir metas altíssimas mas que, agora, estão se sentindo logrados pelo banco”, destaca Ana Tércia, acrescentando que o banco pretende descontar os valores pagos pelos programas próprios da PLR da categoria. “O que não concordamos e estamos reivindicando é que o bancário receba tanto os programas próprios quanto a PLR.”

Os Sindicatos também estão cobrando da direção do Itaú Unibanco que haja uma negociação específica com o objetivo de tornar os programas de remuneração mais justos e transparentes e orienta os bancários a procurar um dirigente sindical para relatar os problemas do Agir e da RR.

Fonte: Seeb-SP

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