Lucro dos bancos segue como principal formador do spread bancário

30/11/2010 - Por Bancários CGR

A margem de lucro dos bancos representou, no ano passado, a maior parte do spread bancário, diferença entre o custo de captação de recursos e a taxa cobrada dos clientes nos empréstimos. Segundo o Relatório de Economia Bancária de 2009, divulgado hoje (29) pelo Banco Central (BC), a chamada Margem Bruta, Erros e Omissões correspondeu a 46,65% do spread prefixado. Descontados os impostos diretos, tem-se a margem líquida de 27,97%.

Apesar de representar a maior parte do spread, houve queda da participação da margem bruta de 2008 (52,09% do spread) para 2009 (46,65%). A margem líquida também caiu de 31,19% em 2008 para 27,97%.

A participação da inadimplência na composição do spread registrou alta de 31,23% (em 2008) para 32,16% (em 2009). O custo administrativo passou de 11,50% para 15,77% no período.

Os depósitos compulsórios (recursos que os bancos são obrigados a depositar no BC) mais os subsídios cruzados (gerados pelo direcionamento obrigatório de parte dos depósitos à vista e de poupança para crédito rural e crédito habitacional) representaram 1,65% no ano passado, contra 1,48% em 2008.

Os custos com o Fundo Garantidor de Crédito representaram 0,62% em 2009, ante 0,52% no ano anterior. Os impostos indiretos foram responsáveis por 3,15% do spread, uma pequena queda em relação a 2008, que ficou em 3,19%.

O relatório mostra ainda que o spread, no ano passado, ficou em 29,81 pontos percentuais, contra 39,98 pontos percentuais do ano anterior. "O Banco Central entende que a queda dos spreads bancários deve, necessariamente, estar relacionada a ações que visem, entre outros, ao aumento da concorrência e da eficiência bancária, bem como à redução da inadimplência", informa o relatório.

O BC também divulgou que a queda do spread dos bancos públicos foi maior do que a das instituições privadas. Os bancos públicos apresentaram spread de 26,12 pontos percentuais no ano passado, contra 37 pontos percentuais de 2008. No caso dos bancos privados, o spread passou de 40,98 pontos percentuais, em 2008, para 31,23 no ano seguinte.


Fonte: Contraf/CUT com Agência Brasil

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