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Mesmo com lucro de R$ 995 milhões, Banco Inter fecha 255 postos de trabalho em 12 meses

25/11/2025

Crescimento expressivo do resultado e da carteira de crédito contrasta com a redução do quadro de funcionários, ampliando a pressão sobre trabalhadores remanescentes

O Banco Inter registrou um Lucro Líquido de R$ 995 milhões nos primeiros nove meses de 2025, alta de 46,8% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar do resultado robusto, a instituição encerrou setembro de 2025 com 4.102 trabalhadores — fechamento de 255 postos de trabalho em doze meses, ainda que tenha criado 21 vagas no 3º trimestre. A combinação de forte lucratividade com redução do quadro amplia a pressão sobre os bancários, sobretudo em um modelo totalmente digital, que exige alta produtividade.

No 3º trimestre, o lucro foi de R$ 356 milhões, crescimento de 7,2% em relação ao trimestre anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido anualizado (ROE) atingiu 14,2%, aumento de 2,9 pontos percentuais (p.p.) em doze meses. Segundo o relatório, o desempenho “comprova a habilidade de expandir com lucratividade”, aproveitando oportunidades de mercado.

Os ativos totais chegaram a R$ 91,8 bilhões, crescimento de 31,3% em doze meses e de 8,4% no trimestre. O patrimônio líquido somou R$ 9,8 bilhões, enquanto a carteira de crédito avançou para R$ 46,7 bilhões, impulsionada pelo consignado privado: foram R$ 1,3 bilhão em novas operações e quase 300 mil novos clientes em seis meses de produto 100% digital.

A inadimplência acima de 90 dias ficou em 4,2%, queda de 0,3 p.p. em doze meses. As receitas totais somaram R$ 6 bilhões ao final de setembro, alta de 31,8%, seguindo as normas IFRS (conjunto de regras de contabilidade estabelecidas internacionalmente). O resultado líquido das perdas foi de R$ 4,279 bilhões, também com crescimento de 31,6%.

Do lado das despesas, as despesas de pessoal aumentaram 18,9% em doze meses, totalizando R$ 776,9 milhões, enquanto as demais despesas administrativas chegaram a R$ 1,6 bilhão, alta de 26,6%. As despesas tributárias cresceram 62,7%, atingindo R$ 503,3 milhões.

O banco encerrou o período com 41,3 milhões de clientes globais, dos quais 23,9 milhões são ativos. Assim, cada trabalhador passou a atender, em média, 5,8 mil clientes ativos, evidenciando a sobrecarga gerada pelo enxugamento do quadro de pessoal em um cenário de forte expansão e lucratividade.

Fonte: Contraf-CUT

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