Movimento sindical conquista acordo por trabalho decente durante a Copa do Mundo
16/05/2014 - Por Bancários CGR
Agora é oficial. A maioria dos trabalhadores contratados para o período da Copa do Mundo terá carteira assinada e todos os direitos trabalhistas garantidos. Isto está assegurado pelo Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Copa do Mundo Fifa 2014, assinado nesta quinta-feira (15), durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). A estimativa é de que sejam gerados mais de 40 mil empregos em hotelaria e gastronomia.
Elaborado em conjunto pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais, setor patronal e governo federal, o acordo por trabalho decente durante a Copa do Mundo será de livre adesão, cabendo às empresas a iniciativa de subscrevê-lo. Até o momento, entre as adesões, há, por exemplo, duas redes hoteleiras que somam quase dois mil estabelecimentos e uma conhecida rede de lanchonetes, além de diferentes restaurantes e bares nas 12 cidades-sede. O acordo vale até o dia 31 de agosto.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, que participou da solenidade no Palácio do Planalto, essa é uma experiência que demonstra maturidade do movimento sindical brasileiro. Ele afirma que a maior preocupação era garantir que os empregos gerados pela Copa, muito provavelmente de curta duração, tivessem todos os direitos. É uma negociação inovadora em termos de Copa, já que em outros países-sede isso não aconteceu, acrescenta.
Combate ao trabalho infantil e à exploração sexual também fazem parte do acordo. As empresas participantes vão distribuir material explicativo (panfletos e cartazes) e haverá inserções em rádios sobre o tema.
A CUT avalia que o acordo firmado vai ter reflexos para além do período estabelecido para sua duração. A previsão é de que os termos desse compromisso sirvam de referência para todo o ramo de atividade do cenário econômico do país, inclusive em futuras campanhas e negociações.
O acordo da Copa do Mundo 2014 prevê a criação de comitês regionais com a presença de representantes dos trabalhadores, dos empresários e do governo. O objetivo, nesse caso, é o de fiscalizar o cumprimento dessa parceria. A empresa que descumpri-lo vai ter seu nome incluído numa espécie de lista suja. Por outro lado, os participantes que seguirem o combinado vão poder exibir um selo de qualidade.
O compromisso para o evento da Fifa inspira-se nos exemplos anteriores do setor de construção civil e da cana-de-açúcar.