Mulher: Bancárias ganham menos e avançam menos na carreira

24/02/2015 - Por Bancários CGR

Divulgada no final de janeiro, a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), realizada pela Contraf-CUT em parceira com o Dieese, com base nos números do Caged/MTE, mostrou que as mulheres continuam discriminadas pelos bancos na remuneração. Ainda que representem 48,3% da categoria, de acordo com o II Censo da Diversidade (2014), e sejam mais escolarizadas, elas ganham menos do que os homens quando são contratadas. Essa desigualdade segue ao longo da carreira, pois a remuneração das mulheres é 77,9% inferior à dos homens bancários.

Ao longo do ano de 2014, enquanto a média dos salários dos homens na admissão foi de R$ 3.805,74, a remuneração das mulheres ficou em R$ 2.921,66, valor 23,2% menor. Já a média dos salários dos homens no desligamento foi de R$ 6.017,45 no período, enquanto a remuneração das mulheres é 26% menor que a remuneração dos homens.

"Essa discriminação é totalmente inaceitável. As mulheres têm escolaridade maior, mas enfrentam barreiras para a ascensão profissional em razão do machismo que ainda impera nos bancos", justifica Edna Andreiu, secretária da Mulher e da Diversidade do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.

Mercado de trabalho 
A desigualdade de remuneração entre homens e mulheres, contudo, não acontece apenas nos bancos. Segundo o Dieese, ao analisar o mercado de trabalho formal no Brasil a partir de dados da Rais/MTE, constata-se que em 2013, as mulheres tiveram rendimentos em média 17,7% menores que os dos homens, patamar semelhante ao dos anos anteriores. “Apesar de alguns indicadores mostrarem ligeira melhora, continua grande o abismo entre a remuneração de homens e mulheres no mercado de trabalho”, avalia a dirigente sindical.

Já a participação feminina no mercado de trabalho aumentou 4,5% entre os anos 2000 e 2010. No dia 11 de fevereiro foi realizado o 2º Seminário de Oficiais e Peritos em Assuntos Populacionais do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com debate sobre as diferenças de gênero no mercado de trabalho, a igualdade de gênero e o papel das mulheres no cuidado de crianças pequenas e idosos dependentes. A valorização do salário mínimo e o aumento da proteção social são considerados fatores que contribuíram para os avanços.

II Censo da Diversidade 
O II Censo, realizado em 2014, foi respondido por 187.411 bancários, de 18 instituições financeiras, o que representa 41% da categoria. De acordo com os resultados, as mulheres apresentam melhor qualificação educacional em comparação aos homens nos bancos. No I Censo, 71,2% das bancárias tinham curso superior completo e acima. No levantamento de 2014, as bancárias com essa formação subiram para 82,5%. Para os homens, esse aumento foi de 64,4% para 76,9%.

Em contrapartida, de acordo com o II Censo, 31,7% dos homens foram promovidos mais de 3 vezes e 19,9% das mulheres tiveram o mesmo tratamento dentro dos bancos.

Autor: Paula Padilha e Renata Ortega

Fonte: SEEB Curitiba

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