Direção do banco espanhol cedeu em algumas reivindicações, mas se manteve irredutível para outras demandas, mesmo diante do aumento expressivo do lucro semestral da filial brasileira, que representa 29% do resultado global
Dirigentes sindicais garantiram alguns avanços para os bancários em negociação com o Santander realizada nesta quinta-feira, 01 de agosto.
Prazo insuficiente para os trabalhadores que retornam de afastamento tirarem certificações
O Santander tem estabelecido prazo para que os trabalhadores tirem suas certificações, porém aqueles que estiveram afastados e retornaram ao trabalho estão sendo pressionados. Alguns chegaram a receber carta de advertência, o que tem causado apreensão e até o agravamento das doenças. Foi garantido prazo de 60 dias para os trabalhadores que não tinham exigência para certificação, mas agora têm, e o mesmo prazo foi garantido para os bancários com a certificação vencida que estavam afastados. O banco alegou que, em média, as pessoas levam 35 dias para se certificar e que os problemas pontuais devem ser levados para o RH.
Reajuste do quilômetro rodado
Em negociação ocorrida em abril, foi conquistado o reajuste do valor do quilômetro rodado, que passou de R$ 0,71 para R$ 0,89, índice que estava defasado desde novembro de 2017. Além disso ficou definido que o reajuste passará a ser anual. Em 2019, excepecionalmente, serão dois reajustes: em dezembro, além do já realizado em junho. Na negociação desta quinta-feira, foi garantido que esse reajuste será em dezembro, anualmente e automático, com base no IPCA, mais vantajoso para os trabalhadores, e não mais pelo IGP-M.
Retirada de porta giratória
O Santander está retirando as portas de segurança de diversas agências. Segundo os dados apresentados pelo banco, nos últimos 90 dias não houve assaltos nas agências sem a porta de segurança. O banco afirmou que está implantando sistemas mais modernos que irão substituir a guarda de chaves do banco. Também foram apresentandos outros dispositivos de segurança que já estão instalados.
O Santander irá manter as portas de segurança nos estados e municípios com leis que exigem esse dispositivo. Mas se negou a reinstalar nas demais localidade sob a alegação dee que as mudanças implantadas nas agências as tornam menos atrativas para assaltantes. O banco fez uma atualização em todas as tecnologias de segurnaça nas agências que tiveram as portas de seguranças retirada. O Sindicato, entretanto, apurou que nessas os trabalhadores e vigilantes dessas unidades não conhecem essas tecnologias. Em caso de alguma ocorrência eles não saberão como agir. O banco se comprometeu a apresentar essas novas ferramentas de tecnologia para os vigilantes e bancários. O RH também se comprometeu a informar os bancários vítimas de roubos e assaltos sobre os seus direitos, como em emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e acesso ao boletim de ocorrência.
Retirada de Vigilantes
Nos Pontos de Atendimento – unidades que só fazem atendimento gerencial e negócios –, o banco mudou o plano de segurança e retirou, não só as portas giratórias, como também os vigilantes. O Sindicato reivindicou o retorno dos vigilantes nestes locais a fim de garantir a segurança dos funcionários e clientes que ficam expostos a “assaltantes de ocasião”, além de riscos à integridade, como assédio sexual e agressões físicas e verbais. O banco se comprometeu a analisar a questão e a dar retorno até a semana no dia 5.
Plano de Saúde
O Sindicato criticou o aumento abusivo no valor da mensalidade e coparticipação do plano de saúde, que tem levado muitos trabalhadores a reduzirem o número de consultas médicas e exames. O banco negou a reivindicação dos trabalhadores para implantação de um teto de R$ 200 no valor da coparticipação alegando que os custos do convênio médico seguem as regras do mercado de saúde. Informou que tem feito levantamento dos casos mais críticos e os tem encaminhado para a área de assistência social. São casos de trabalhadores que fazem tratamentos caros e contínuos que comprometem boa parte do salário. O Sindicato reivindicou que o banco divulgue aos trabalhadores as regras para acessar essa ajuda extraordinária. O banco ficou de analisar essa questão. O Santander informou que os extratos da SulAmerica e da Unimed estão disponíveis, respectivamente, no aplicativo no site.
Problemas enfrentados por trabalhadores que retornam ao trabalho após afastamento do INSS
Salário “zerado”: o RH desconta na folha de pagamento do funcionário que tem o benefício do INSS negado todo a adiantamento a que tem direito, deixando-o sem salário, o que afronta cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que foi negociada justamente para que o trabalhador afastado não fique sem remuneração nestes casos.
O Sindicato reivindicou que a devolução do adiantamento salarial seja correspondente ao máximo de 20% do salário, a partir do retorno do trabalhador afastado pelo INSS nos casos em que a “dívida” não tenha sido quitada antes. O banco se recusou a discutir o tema individualmente, alegando que essa questão deve ser debatida no âmbito da Fenaban (Federação que representa os bancos). Os casos individuais devem ser reportados pelo Sindicato ao Santander. O banco não quer se comprometer a redigir e documentar uma política para essa questão.
O Sindicato reivindicou que os gerentes afastados por até 180 dias possam, no retorno ao trabalho, voltar para a agência e retomar a carteira de clientes. Os gerentes afastados por até 180 dias só poderiam mudar de agência caso haja pedido do médico assistente. Para os afastamentos superiores a 180 dias e que, porventura, perderam a carteira, terão prioridade no preenchimento das vagas correspondentes à sua função que sejam abertas nas agências da sua regional de origem. O banco se comprometeu a analisar a questão da limitação dos acessos, mas se recusou a implantar a regra sugerida pelo Sindicato, alegando que segue a orientação do médico do trabalho.
Mudanças na Data do Último Dia Trabalhado (DUT)
O banco editou uma nova versão do documento que deveria se limitar a informar sobre o último dia trabalhado dos trabalhadores que se afastam das atividades profissionais e dão entrada na Previdência Social devido a problemas médicos, uma exigência do INSS. A nova versão do banco tenta influenciar, negativamente, a perícia médica em relação ao problema que causou o afastamento.
O Sindicato reivindicou do banco que se limite unicamente a prestar a somente a informação do Último Dia Trabalhado, quando solicitado e conforme requerido pela autarquia previdenciária e acordado na cláusula 46ª da Convenção Coletiva de Trabalho 2018/2020. O banco alegou que pretende ajudar o perito a tomar decisão.
Fonte: SP Bancários