O Nordeste, onde cerca de 80% dos 54 milhões de habitantes são jovens ou estão em idade ativa, tem peso estratégico para o desenvolvimento do Brasil. Relatório recente do Banco Mundial aponta que esse perfil demográfico coloca a região em posição central para impulsionar o crescimento econômico nacional, desde que haja avanço na geração de empregos e na redução das desigualdades em relação às áreas mais ricas do país.

Segundo a pesquisa, a proporção de trabalhadores com ensino superior quase dobrou em pouco mais de uma década, passando de 9,1% em 2012 para 17% em 2023. Apesar disso, a região ainda enfrenta dificuldades para transformar qualificação em trabalho e renda, com taxas de desemprego e informalidade superiores à média nacional.

Mesmo com esses desafios, o Nordeste já exerce papel decisivo em setores estratégicos. A região responde por 91% da produção de energia eólica do país e 42% da energia solar, consolidando-se como base da transição energética brasileira. Esse protagonismo abre espaço para um crescimento industrial mais sustentável e para o avanço de áreas emergentes, como o hidrogênio verde.

O relatório avalia que, ao unir mão de obra mais qualificada e forte base de recursos naturais, o Nordeste pode assumir um papel ainda mais relevante no desenvolvimento do país. Para isso, aponta a necessidade de melhorar a infraestrutura, fortalecer setores como indústria e serviços, ampliar a participação das mulheres no mercado de trabalho e criar um ambiente de negócios mais dinâmico, com maior participação do setor privado.