Nossos direitos são conquistas, não são favor!

19/10/2015 - Por Bancários CGR

No geral os bancos deixam a entender que tudo é um mar de rosas no setor.

Para os bancos não existe discriminação e todos conquistam seu espaço dentro do sistema de acordo com sua competência e meritocracia. Na negociação sobre as desigualdades dentro do sistema financeiro, cobramos cláusulas e medidas que coloquem os bancários em pé de igualdade no dia a dia, independente de sexo, raça, opção sexual ou condições físicas, e mais uma vez os bancos saíram pela tangente dizendo que o sistema financeiro é um dos mais avançados no mercado de trabalho quando se trata de igualdade de oportunidade. 

Quando cobramos dos bancos que existem muitas desigualdades nos locais de trabalho, os bancos se dizem injustiçados pois estão sempre atendendo às demandas dos trabalhadores mas sempre são questionados. Discutimos a diferença salarial e de promoção entre homens e mulheres. Mulheres cumprem a mesma carga horária, as mesmas metas, tendo a mesma produção, normalmente com escolaridade maior, assim mesmo as mulheres são preteridas nas promoções e percebem salários inferior aos dos homens. 

Argumentamos que no ritmo que andam os avanços neste tema, as mulheres levariam mais de oitenta anos para atingirem a igualdade de direitos e conquistas. É aí que os bancos argumentam que todo avanço dentro dos bancos se dá por competência e meritocracia, independente do gênero. 

Cobramos o cumprimento da lei de cota mínima de contratação de trabalhadores com deficiência e também uma cota de contratação de 20% de afrodescendentes. Na questão dos portadores de deficiência, os banqueiros dizem que já cumprem a lei 8213/91, colocando os trabalhadores em reabilitação como cota de portador de deficiência, e no caso de contratação de afrodescendentes, dizem que são contra cotas e que já aplicam políticas afirmativas sem necessidade de clausular. 

Um assunto que apareceu de forma crescente de incidência e preocupação em nossas consultas junto aos bancários em todo o país foi o combate ao assédio sexual. Cobramos dos bancos que os casos constatados e comprovados tiveram um desfecho insatisfatório, que não inibe a pratica, penalizando apenas à vítima do assédio. Os bancos foram categóricos em dizer que não pactuam com esta atitude e que os poucos casos que foram detectados foram tratados com rigor. Não aceitam clausular, mas acenam com a possibilidade de uma campanha de conscientização e de alerta. 

No geral os bancos deixam a entender que tudo é um mar de rosas no setor, e que fazemos cobranças de coisas que já funcionam muito bem dentro das unidades bancárias. 

Autor: Elias Jordão

Fonte: SEEB Curitiba

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