Por que a greve se prolonga...

13/09/2012 - Por Bancários CGR

O piso salarial do bancário é cerca da metade do piso no Paraguai, Chile e Argentina; que junto aos comissionados passam o ano todo sofrendo com a exploração das metas abusivas. Diante disso é preciso ter claro que a campanha salarial é o momento mais adequado para lutar por melhorias.

Tem alguns colegas que se esquecem do desrespeito dos bancos e ficam com pena do patrão na hora de aderir à greve, que é a nossa única forma de defesa; e ainda se valem de desculpas equivocadas, que na verdade só interessam ao patrão:

- não estou atendendo clientes, só fazendo serviços internos;

- não tem ninguém que faça meu serviço. Se eu não fizer, o banco será prejudicado;

- eu só estou processando envelopes (que é um grande ataque à luta dos bancários);

- eu não sei se a greve resolve nossos problemas;

- não veio ninguém fazer piquete aqui; Entre outras.

Agir assim é contrariar o objetivo da greve, que é causar problemas ou prejuízos ao patrão. Pois, não tenha dúvida, esse é o fundamento de uma greve. Greve que não causa problemas ao patrão será greve demorada e derrotada. A greve é o momento do trabalhador pensar em si; por isso não se pode ter pena do patrão. Na verdade, não há justificativa aceitável para o trabalhador que fura uma greve justa de sua categoria. Seria bom que só ficasse na agência o gerente geral; inclusive ele pode fazer a compensação; tendo nas grandes agências a ajuda de mais uma pessoa, inclusive para abastecer máquinas de saque.

Outro equívoco é achar que a greve é contra os clientes, visto que o movimento deve ser contra o patrão, inclusive interrompendo seus negócios e lhe causando problemas e prejuízos, pois só assim ele irá negociar. Em auto-atendimento e em sistemas já são feitas cerca de 90% das transações, mesmo assim a greve ainda surte efeito – o que mostra a importância do trabalho do bancário.   No entanto, um dos maiores equívocos da greve é permitir que se processem envelopes de depósitos, que é o único serviço do auto-atendimento que é interrompido durante o período; do contrário, todos os serviços bancários estariam sendo feitos.   Portanto, fazer depósitos é um ataque à greve e uma tentativa de anular o seu efeito.

É uma vergonha que ainda seja preciso ter piquete em banco público para que alguns colegas não furem a greve.   O fura-greve é o motivo do movimento se alongar e de ser derrotado, pois, se serviços do tipo balancetes, audiências, custódia, depósitos, etc., são feitos, não há por quê o patrão ter pressa ou necessidade de negociar.   Ou seja, O FURA-GREVE DÁ FÔLEGO AO PATRÃO PARA DERROTAR ELE E SEUS COLEGAS.   Furar a greve é um equívoco que contraria a lógica da luta dos trabalhadores; é uma atitude sem espírito coletivo e sem consciência política, que indica uma covardia inexplicável contra a sua própria classe.

Alguns gestores ignoram que não adianta ter crescimento econômico se não for também para melhorar a vida de todos. Portanto, não sentem nenhum pudor de serem capatazes da exploração dos bancos, inclusive durante a greve.   No entanto, muitos ao se aposentarem tentam tardiamente se redimir, mas o tempo é cruel e não volta atrás; visto que já perderam o bonde e com certeza serão castigados por suas próprias consciências.

TER PENA DO PATRÃO PROLONGA A GREVE E ENCURTA AS CONQUISTAS...

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