Participantes da live da Xapuri concordam: sem os bancos públicos, o país não conseguirá sair da crise de desemprego que atinge os trabalhadores brasileiros
A Live Solidária, realizada todos os dias às 21h pela Revista Xapuri Socioambiental, reuniu no último dia 26 a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), o diretor de Formação da Fenae, Jair Ferreira e o presidente da Fetec Centro Norte, Cleiton Silva, em torno da pergunta: “por que o Brasil precisa dos bancos públicos?”
Eles concordaram: o que o trabalhador quer é seu emprego de volta e a economia não vai girar se não houver créditos a juros baixos neste momento de pandemia. Neste sentido, entendem, os bancos públicos, mais uma vez, serão determinantes para a retomada da economia. “Sabemos que o brasileiro não é mau pagador, pelo contrário, mas sabemos também que os bancos privados não emprestam para os que mais precisam”, afirmou Jair Ferreira.
A deputada Erika Kokay lamentou que o governo brasileiro vá na contramão da União Europeia de países como a Itália, que estão evitando negociar seus ativos e empresas nas bolsas de valores para inclusive proteger seu valor: “Aqui, ao contrário, entregaram um patrimônio de R$ 3 bi do Banco do Brasil, por R$ 300 milhões para o Banco Pactual, ou seja, os que comandam a economia estão a serviço do capital financeiro e querem privatizar o Brasil na calada da noite”, alertou a parlamentar.
Ela criticou a MP 995, que abre a possibilidade de fatiar a Caixa e vender suas lucrativas subsidiárias e a venda de parte da Petrobras sem o crivo do Congresso. “O mais terrível é que mais uma vez vendem a ideia de que a privatização agora será fundamental para gerar empregos, mas prometeram mais empregos na reforma da previdência, na reforma trabalhista, e sabemos que a precariedade aumentou e o desemprego só cresce”, criticou.
Cleiton Silva, representante da Federação dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Fetec), seção Centro Norte, ressaltou que sua entidade e o Sindicato dos Bancários de Brasília ingressaram na Justiça questionando a constitucionalidade da MP. “Está muito claro que o governo está decidido a vender suas empresas, inclusive lançando mão de medidas provisórias irregulares para isso, e precisamos impedir, não apenas os ataques aos bancos públicos, mas à Petrobras, à Embrapa”, finalizou.
Fonte: Fenae