Preocupação dos bancos com clientes é só na greve

01/10/2014 - Por Bancários CGR

Nesta quarta-feira, 01 de outubro, primeiro dia útil do mês e segundo dia da Greve Nacional dos Bancários, os bancos tem demostrado toda sua preocupação com clientes e usuários das agências bancárias, desqualificando e atacando a paralisação da categoria. Quem não acompanha o dia-a-dia do Sistema Financeiro Nacional pode até achar que se trata de uma preocupação genuína com a população, sobretudo com aqueles que não têm acesso aos canais alternativos de atendimento. Ledo engano!

O fato é que a preocupação dos bancos com clientes e usuários é falácia, externada apenas no período da greve, pois em todo o restante do ano o que mais estas instituições fazem é explorar e empurrar a população para fora de suas agências. Prova disso são as chamadas “reestruturações” de redes de atendimento, que têm sido realizadas por bancos como HSBC e Itaú, com fechamento de agências, demissão de bancários e criação de espaços privilegiados para a realização de negócios financeiros.

Aos bancos, interessam os grandes investidores, que podem gerar lucro e rentabilidade para seus cofres. Ao restante da população, restam os canais alternativos (autoatendimento e internet banking) ou os correspondentes bancários – locais sem segurança adequada para a movimentação de numerário e com funcionários terceirizados, recebendo menos da metade da remuneração de um empregado direto. Dado que comprova essa tática é que, atualmente, existem no país 22.740 agências bancárias e 405.248 correspondentes.

É preciso dizer ainda que as restrições de atendimento não vêm acompanhadas no barateamento das taxas de serviço. Pelo contrário, em pesquisa realizada, o Idec constatou reajuste dos serviços bancários superior a 100% nos últimos cinco anos. Somente em 2013, os seis maiores bancos que atuam no Brasil – Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Caixa e HSBC – arrecadaram R$ 96,4 bilhões com a cobrança de tarifas.

Bancários querem melhor atendimento – O movimento sindical não se cansa de ressaltar que os mesmos seis bancos tiveram, juntos, R$ 56,7 bilhões de lucro líquido no ano passado e R$ 28,5 bilhões somente no primeiro semestre deste ano. Diante de tudo isso, a luta dos bancários não é apenas por remuneração justa e valorização dos trabalhadores em bancos. A categoria está em greve para garantir mais funcionários nas agências, o que diminuiria o tempo de espera em filas e melhoraria as condições de atendimento.

A paralisação é também pelo fim das metas abusivas, que geram transtornos a toda população – pois os funcionários dos bancos se veem obrigados a insistir na venda de produtos e investimento financeiros que clientes e usuários podem não precisar, caso contrário, serão demitidos por não estarem gerando o lucro esperado. A categoria exige ainda mais investimento em segurança, para preservar a vida de todos que utilizam as agências bancários. Pois, no primeiro semestre de 2014, foram verificadas 1.693 ocorrências em bancos, sendo 403 assaltos e 1.290 arrombamentos. Neste mesmo período, 32 pessoas morreram vítimas da insegurança.

Cliente, não se deixe enganar pela falsa preocupação dos bancos durante a greve. Essa luta também é sua. Os bancários contam com o seu apoio!


Por: Renata Ortega
SEEB Curitiba

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