Presidente nacional da CUT participa de encontro na PB e comenta negociação com Dilma para conferência sobre sistema financeiro

04/04/2013 - Por Bancários CGR

Primeiro bancário presidente nacional da CUT, Vagner Freitas comentou ao participar nessa quarta-feira (03) do Encontro Regional de Planejamento das CUTs do Nordeste, em João Pessoa, que a importância de ter um membro da categoria à frente da entidade consiste na experiência das reivindicações e conquistas da categoria que se estendem para os demais trabalhadores. Falou também sobre os diálogos com a presidente Dilma para realização da conferência sobre sistema financeiro, e sobre a atuação da entidade nacional no Nordeste.

Sobre a CUT ter como presidente um bancário, Vagner afirmou que “ser bancário é importante, mas antes de tudo somos trabalhadores, independente da categoria profissional. A CUT é um instrumento principal de luta da classe trabalhadora brasileira. Mas é importante você ter um bancário chegando a presidência da CUT por conta dessa realidade diferenciada que os bancários apresentam de um contrato nacional de trabalho desde a década de 90”.

Segundo o presidente, no Brasil há uma precariedade de contratação, com contratos regionais, individuais e contratos que não tem eficácia e eficiência. “É uma proposta da CUT mesmo antes da nossa chegada a construção de contratos nacionais de trabalho. Com a chegada dos bancários acho que essa tese fica muito mais fortalecida porque nós vamos colocar em prática aquilo que nós executamos na categoria bancária”.

Sistema Financeiro

Vagner afirmou ainda que a presidente Dilma Rousseff já acatou a proposta de realização de uma conferência nacional sobre o sistema financeiro e que sugeriu que seja ampliada para discutir também os direitos dos consumidores. A expectativa é que a conferência seja realizada ainda esse ano.

“Uma das metas pra CUT é realizar a conferência. Esse governo, nos últimos 10 anos, tem realizado importantes transformações no Brasil, não temos dúvida disso. Mas há um aspecto que mesmo no governo democrático popular não foi alterado que é esse poderio dos bancos por conta da formatação que nós temos no sistema financeiro brasileiro, que não é voltado a produção para ancorar o crescimento, financiar efetivamente o crescimento do Brasil”.

De acordo com Vagner Freitas, estão tramitando no Congresso Nacional várias regulamentações propostas pelos bancários de alteração do sistema financeiro nacional, mas que “há um lobby extraordinário dos Bancos, da bancada dos Bancos no Congresso Nacional que não permite que isso ande”.

Diante dessa realidade o presidente da CUT afirma que “esperamos ter essa construção o mais breve possível, para que o Brasil discuta qual o sistema financeiro é importante para um país em desenvolvimento. Se por alguma motivo na conferência sobre direitos do consumidor o tema não entre de forma abrangente, faremos a partir da CUT uma discussão específica junto com a Contraf-CUT sobre a alteração da regulamentação do sistema financeiro.

Discutindo o Nordeste

Além de dirigentes nacionais da Central, o evento está reunindo sindicalistas das CUTs de Recife, Natal, Maceió, Fortaleza, João Pessoa e Salvador. Vagner Farias conta que os encontros fazem parte do planejamento da CUT, onde são trabalhados macrossetores e regiões.

“A CUT é muito grande e tem realidades diferenciadas em cada região. Aqui no Nordeste a questão do desenvolvimento regional e combate a seca é uma grande discussão que nós temos em todas as nove CUTs do Nordeste. O Brasil tem tido um desenvolvimento bastante grande, agora esse desenvolvimento tem que acontecer nas regiões, para que se tenha a diminuição da diferença de desenvolvimento nessas regiões”, comenta o presidente.

Vagner afirma que a CUT defende que o trabalhador do Nordeste tenha os mesmos direitos, tratamento e condição de salário e trabalho que tem o trabalhador de São Paulo, por exemplo. “Nós estamos aqui hoje discutindo o Nordeste em cima da questão da seca, discutindo alternativas para isso, sobre como nossos sindicatos podem se colocar à disposição da sociedade para serem agentes na construção de saídas, não só para a seca, mas para aumentar o desenvolvimento regional, a participação da região na economia nacional”, concluiu o presidente.

Fonte: Assessoria de Imprensa do SEEB-PB/ Renata Escarião

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