Receita de tarifas dos bancos cresce 15% e atinge R$ 35 bi no 1º semestre
16/08/2011 - Por Bancários CGR
Os grandes bancos apresentaram positivo desempenho no primeiro semestre,  com elevação do lucro líquido. O do Banco do Brasil cresceu 23,4%, o do  Bradesco foi 21,7% superior, o do Santander elevou-se 17,7%, o do Itaú  Unibanco, 11,5%, e da Caixa Econômica Federal, 36,4%. 
 
 Além do crédito, a receita de prestação de serviços e tarifas bancárias  também tem importante representação na expansão dos ganhos. No entanto,  especialistas entrevistados pelo DCI ressaltam a importância da  transparência e das regulamentações do Banco Central para proteção do  cliente. 
 
 Para Adriano Gomes, professor de Finanças da ESPM, o segmento apresenta  maior importância no cenário atual, já que há menor concessão de crédito  por conta das medidas macroprudenciais e da alta da inadimplência.  "Como o crédito ficou mais restrito, os bancos não estão confortáveis em  conceder ou renovar. Nesse cenário, começaram a buscar alternativas de  receita." 
 
 Ao se somar a receita dos cinco maiores bancos privados, o valor obtido  no primeiro semestre chega a R$ 35 bilhões, 15% superior ao de igual  período de 2010. 
 
 Para Gomes, o que também justifica a elevação dos ganhos é o aumento da  frequência das operações. "Quer seja por volume, ou por preço, o item  tarifa representa um bom montante da receita." 
 
 O Itaú Unibanco somou nos seis primeiros meses de 2011, R$ 6,136 bilhões  em receita de prestação de serviços e renda de tarifas bancárias, 11,1%  acima dos R$ 8,2 bilhões registrados em igual período de 2010. O maior  percentual, de 20,2%, ficou com operações de crédito e garantias  prestadas: R$ 1,606 bilhões. 
 
 O Banco do Brasil atingiu R$ 8,495 bilhões, acréscimo de 9,9% ante o  primeiro semestre de 2010, que ficou em R$ 7,729 bilhões. O Santander  chegou a R$ 3,977 bilhões, crescimento de 21,07% sobre o valor de R$  3,285 bilhões totalizado nos seis primeiros meses do último ano. Por  segmento, a maior expansão, de 34,25%, está em renda com cartão de  crédito, de R$ 595 milhões em junho de 2010 para R$ 799 milhões.
 
 A elevação do Bradesco em relação ao primeiro ao sexto meses do ano  passado foi de 14%, para R$ 7,261 bilhões. A maior receita está com  cartões de crédito, de R$ 2,391 bilhões, o dobro do valor do primeiro  semestre de 2010, quando ficou em R$ 1,155 bilhões. 
 
 A Caixa Econômica Federal apresentou a maior expansão na receita de  prestação de serviços e tarifas bancárias, e considerou o segmento um  dos fatores responsáveis pelo desempenho positivo no primeiro semestre  de 2011. 
 
 As receitas somaram R$ 6,1 bilhões, valor 23,8% superior ao dos meses de  janeiro a junho de 2010. "Foi alavancado pelo aumento da base de  clientes e do número de transações bancárias, o que é importante  destacar para o crescimento da Caixa", pontuou Raphael Rezende Neto,  vice-presidente de controle e risco da Caixa.
 
 Na comparação semestral, o destaque são as tarifas associadas a cartão  (crédito e débito), acréscimo de 58,3%, de R$ 268 milhões para R$ 424  milhões.
 
 Do lado do consumidor, foram publicadas regulamentações do Conselho  Monetário Nacional (CMN) e Banco Central, a 3.518, de 2008, e a 3.919,  de 2010. Com isso, os bancos respeitam regras de tarifas de serviços,  como reajuste de seis em seis meses e a não-cobrança de serviços  essenciais.
 
 De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a  regulamentação aumentou o leque de opções para movimentação de conta  bancária, organizou a cobrança dos serviços, "mas falta transparência,  informação clara e documentada para que o consumidor saia da agência  ciente da sua escolha e em condições de utilizar os serviços sem ser  cobrado indevidamente". 
 
 Para a gerente jurídica do Idec, Maria Elisa Novais, os órgãos  reguladores necessitam dar mais transparência. "Só é possível  identificar cobranças indevidas se o consumidor fizer um acompanhamento  específico do seu extrato, tendo prévio conhecimento do que efetivamente  pode ser cobrado dele. Assim, o consumidor deve ter a tabela de tarifas  atualizada e um termo sobre pacote, composição e preço."
Fonte: DCI - São Paulo/SP
