Representantes dos empregados tratarão sobre CGPAR 23 com o MPT
29/04/2019 - Por Bancários CGR
A pressão ocorre para que o órgão acolha a denúncia feita no ano passado e entre com uma Ação Civil Pública
No
dia 13 de maio, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações de
pessoal da Caixa (Fenae) se reunirão com o Ministério Público do
Trabalho (MPT) para tratar dos desdobramentos da denúncia feita contra
as resoluções CGPAR 23 e seus impactos negativos sobre as autogestões de
saúde, como o Saúde Caixa.
A pressão tem o objetivo de que o
órgão acolha a denúncia feita pelas entidades representativas dos
trabalhadores e entre com a Ação Civil Pública contra a Comissão
Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de
Participações Societárias da União (CGPAR).
“A
resolução leva em conta apenas a redução dos custos das estatais. Não
considera a situação de saúde dos trabalhadores da ativa, que é agravada
a cada dia devido à sobrecarga de trabalho e ao assédio, e menos ainda
dos aposentados”, criticou a dirigente e representante da Contraf-CUT
nas negociações com o banco, Fabiana Uehara Proscholdt.
A
entidades questionam a Caixa por negligenciar as condições de saúde de
seus empregados e aposentados, e solicitaram ao MPT que averiguasse os
riscos da aplicação das diretrizes contidas na CGPAR 23, resolução do
governo que recomenda às empresas estatais que limitem o investimento de
recursos em programas de saúde para os trabalhadores.
Na
audiência com a procuradora responsável pela denúncia, a diretora de
Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, também entregará
relatório sobre a situação de saúde dos trabalhadores da Caixa,
incluindo ativos e aposentados, com informações levantadas em duas
pesquisas encomendadas pela entidade.
“A saúde do trabalhador da
Caixa não anda bem. O elevado grau de adoecimento mental prova isso. E
se a situação dos empregados da ativa não é boa, a dos aposentados é
ainda mais crítica. As medidas contidas na resolução CGPAR não apenas
criam desigualdades e retiram direitos, mas também minam a
sustentabilidade dos programas de saúde”, alertou a diretora da Fenae.
Entenda
Em setembro de 2018, as entidades representativas dos trabalhadores das estatais federais apresentaram denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT) contra as resoluções CGPAR. A denúncia foi feita em nome de mais de três milhões de trabalhadores, aposentados e familiares, representados por suas entidades de classe, todos beneficiários de planos de saúde por autogestão, como o Saúde Caixa.
A denúncia aponta uma série de incoerências e infrações contidas na resolução CGPAR nº 23, tais como o desrespeito à livre negociação coletiva e à legislação setorial, a violação de direitos adquiridos, ausência de competência do Poder Executivo para legislar, entre outros pontos.
Se as medidas propostas pelo governo federal forem implementadas, os programas de saúde das estatais serão encarecidos e, portanto, excludentes. Entre outros pontos, as resoluções determinam a proibição da adesão de novos contratados, a restrição do acesso a aposentados, cobranças por faixa etária, carências e franquias e, principalmente, a redução da participação das estatais no custeio da assistência médica.
Fonte: Contraf-CUT