"Sabemos de que lado estamos", reforça presidente da CUT

10/12/2013 - Por Bancários CGR

"O Brasil tem dois projetos já postos para a disputa de 2014: um que significa o retrocesso e outro, defendido pela classe trabalhadora e pela CUT, que representa o futuro. E nós não temos dúvida sobre de que lado estamos. Porque o Brasil de hoje é muito melhor do que o Brasil de 12 anos atrás e nós, trabalhadores e trabalhadoras, somos os/as protagonistas dessa transformação social que houve no País".

Com essa afirmação o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, arrematou a sua fala ao encerrar a primeira parte da última reunião do ano da Direção Nacional da Central, iniciada na manhã desta segunda-feira (9) e que acaba nesta terça (10), em São Paulo.

Vagner falou sobre as questões nacionais e a pauta da classe trabalhadora após as análises feitas pelo presidente do PT do Estado de São Paulo, Emídio de Souza, e pela deputada federal pelo PT de Minas Gerais Margarida Salomão, que foram convidados para analisar e debater com a DN da CUT a conjuntura e as perspectivas do País.

Os dois convidados falaram dos desafios do PT e de como veem a relação do partido e do governo federal com o Congresso Nacional, o poder econômico, a pauta da classe trabalhadora e dos movimentos sociais, os avanços, os abusos cometidos pelo STF na AP 470, sobre desafios e, em especial, criticaram a forma como os setores conservadores da sociedade, com o apoio e a intervenção explicita da mídia, tentam negar e desconstruir as políticas públicas que garantiram os avanços econômicos e sociais dos últimos 12 anos.

Admitiram que muito ainda tem de ser feito e que deve haver maior interlocução entre O Executivo federal e a sociedade, ao responder questionamentos de dirigentes sobre temas em que a CUT diverge do Governo e do PT, como alta da taxa de juros e os leilões do petróleo. Mas destacaram a importância dos/as trabalhadores/as e da CUT na defesa e preservação do projeto democrático de governo. Ambos destacaram que as eleições do ano que vem serão marcadas pela luta ideológica e que o modelo de governo iniciado por Lula tem feito o País avançar nos últimos 12 anos.

Emídio, que toma posse na noite desta segunda-feira, destacou que não se pode esquecer a principal diferença entre "o nosso modelo de governo democrático popular, que nós, os/as trabalhadores/as, a CUT implantamos, e o modelo neoliberal é que o nosso investe pesado em políticas sociais"

Os governos Lula e Dilma, afirmou Emídio, investiram para mudar a vida das pessoas. Para eles, neoliberais, não é problema deles resolver questões sociais. Como exemplo desse investimento que faz a diferença entre os dois modelos, o presidente petista citou a questão das moradias populares.

"A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), de São Paulo, criada em 1986, ou seja, há 27 anos, produziu 500 mil moradias, cerca de 20 mil por ano. O Minha Casa, Minha Vida, criado em 2009, construiu dois milhões de moradias populares. Só em São Paulo foram 400 mil moradias - 100 mil por ano", disse Emídio.

Para Emídio, o Minha Casa é um programa capaz de florescer no ambiente democrático popular. Por isso CDHU nunca foi longe, já que estrinça foi o ambiente dos governos tucanos de SP.

Os números e os feitos falariam por si, mas a forma como a mídia tradicional retrata o governo federal e suas realizações faz parecer que o Brasil está à beira do abismo.

Este foi um dos pontos destacados pela deputada Margarida Salomão. "Para que nós avancemos na nossa capacidade de governo é fundamental ganhar o debate político. Mais importante que a reforma política(debatida na parte da tarde) é a democratização dos meios de comunicação. Blogs progressistas representa muito pouco frente ao Jornal Nacional, da Globo, apesar da queda de audiência. A TV ainda é a grande forma como a maioria dos brasileiros obtêm informação. A grande mídia não está nem ai para o contraditório".

MANDELA

Durante a reunião da manhã, foi feita homenagem a Mandela, com a apresentação de vídeo e leitura de texto pela dirigente Maria Julia Reis Nogueira, secretária nacional de Combate ao Racismo, que desmentem a imagem "de um pacificista conciliador e palatável aos interesses da elite" que as mídias nacional e internacional estão tentando impor após a morte de Madiba - como Mandela era chamado.

Ele foi um homem que não esperou mansamente pela conquista de direitos para o povo negro sul-africano. Foi sim um líder que lutou com todas as armas por isso. "A luta dele nem sempre foi pacífica. Mandela foi capaz de ir até as últimas consequências pela causa que acreditava", disse o presidente da CUT.

Fonte: Vanilda Oliveira - CUT

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