Com sede na Espanha, o Grupo Santander é o maior banco da zona do euro. Atua em dez mercados na Europa e Américas e é o principal conglomerado financeiro na América Latina, com destaque para o Brasil – onde o grupo tem seu maior lucro –, México, Argentina e Chile. Com tal posição invejável no setor financeiro, seria de se pressupor que tivesse responsabilidade social nos países onde atua. Mas não é o que se verifica.
No Brasil, mesmo com lucro recorde de R$ 2,280 bilhões no primeiro trimestre do ano, o banco espanhol continua extinguindo empregos: foram 3.245 postos de trabalho eliminados em doze meses e 327 apenas nos primeiros três meses de 2017.
Na Espanha, sete ex-diretores de alto escalão do banco são investigados por suposta lavagem de dinheiro e serão ouvidos pela Justiça, no dia 12 de junho, quando no Brasil e em várias partes do mundo ocorrem protestos contra as más práticas do Santander.
Em Porto Rico, Carlos Garcia, ex-diretor do banco, foi um dos principais arquitetos de um modelo perverso de capitalização de juros da dívida pública, do qual o banco espanhol é um dos principais beneficiários. Esse modelo levou a ilha a uma situação extrema de desigualdade social, desemprego e pobreza. E o que é pior: dois ex-diretores do Santander – além de Carlos Garcia, o executivo José Gonzales – fazem parte de uma Junta, composta por sete membros, que impõe um remédio amargo para a dívida que eles mesmos contribuíram para tornar impagável: uma política de corte de gastos públicos que agrava ainda mais a situação calamitosa da ilha, inclusive com fechamento de escolas e hospitais. Tudo isso para pagar juros de uma dívida da qual um dos principais credores é o Santander.
Nos Estados Unidos, o banco dá um péssimo exemplo de prática antissindical, ao impedir que seus trabalhadores se organizem em sindicatos.
“A forma como o Santander age nos países onde atua envergonha os trabalhadores do banco. Não podemos tolerar que uma instituição financeira desse porte, que lucra tanto nesses países, perpetue modelos abusivos, antidemocráticos e economicamente devastadores”, critica a presidenta da UNI Finanças Mundial, Rita Berlofa, que também é diretora executiva do Sindicato e funcionária do Santander.