Por mais que o Brasil seja responsável pelos 32% do lucro mundial do Santander, o banco espanhol exerce no país a mais perversa política de demissão. Desde o início da pandemia do coronavírus, já realizou mais de 1.100 desligamentos. Também fechou agências - mais de 90 agências em 12 meses.
Com o lucro de R$ 5,989 bilhões no primeiro semestre de 2020, o Santander faz do Brasil um paraíso. O resultado só não foi melhor porque o banco aumentou em 63% as PDD (Provisões para Devedores Duvidosos). Sem a elevação, o lucro teria sido de R$ 7,749 bilhões, alta de 8,8% em 12 meses e de 1,1% no trimestre.
Com números tão expressivos, não tem justificativa para tantas demissões, sobretudo diante da crise sanitária. Ao redor do mundo, o Santander não realizou desligamentos e abonou as horas não trabalhadas por considerar a pandemia uma questão de saúde pública. Já no Brasil, criou um banco de horas negativas para aqueles que não puderam trabalhar.
Quem permanece nos postos de trabalho sofre com as pressões diárias para bater metas cada vez mais altas e o assédio moral, com ameaças constantes de demissão.