O Santander foi condenado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, no Distrito Federal, a indenizar um gerente de relacionamento vítima de assédio moral. O caso ocorreu em 2013, e a sentença foi expedida este ano definindo que o banco pague R$ 75 mil ao funcionário.
O trabalhador relatou que no final de um expediente em fevereiro daquele ano, a gestora determinou que todos os empregados fossem revistados, por acreditar que seu celular havia sido furtado dentro da agência. Durante a revista, a superiora hierárquica acusou e ameaçou os empregados.
O gerente contou ainda que a gestora ordenou ao chefe de segurança que entrasse no banheiro masculino para investigar se o celular estava com algum empregado. Nesse momento, todos teriam sido obrigados a se despir. Além disso, ela teria determinado também que os trabalhadores passassem pela porta giratória na saída da agência.
Mais assédio - Na reclamação trabalhista, o funcionário também alegou que era submetido a assédio moral por parte da mesma gestora desde 2011. Segundo ele, a chefe era hostil, utilizava expressões agressivas e desrespeitosas, expondo os resultados dos empregados e ressaltando negativamente dos que não alcançavam as metas exigidas.
No entendimento da juíza do trabalho Rejane Maria Wagnitz, que ordenou o pagamento de indenização por dano moral no valor de R$ 50 mil, houve confirmação da ocorrência da perseguição contínua e sistemática, por parte da gestora, aos empregados e especialmente ao gerente de relacionamentos.
De acordo com a magistrada, a conduta extrapolava o poder diretivo do empregador e causava funcionário constrangimento e humilhação. Nesse caso, a indenização devido ao assédio moral foi de mais R$ 25 mil, totalizando os R$75 mil no final do processo. O banco ainda pode recorrer da decisão.
"A pressão no local de trabalho é muito grande, com frequência cobramos do banco que oriente gestores sobre práticas adequadas nas relações laborais conforme consta em acordo aditivo do Santander à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)”, explica Wanessa Queiroz, diretora do Sindicato. “Assédio moral é crime e deve ser combatido e denunciado para que possamos cobrar o Santander.”
Fonte: Seeb SP