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Santander promove reestruturação sem diálogo prévio e movimento sindical cobra reunião urgente

02/12/2025

Na última terça-feira, 25, o movimento sindical se reuniu com o Santander para discutir a reestruturação do banco. Durante o encontro, os representantes do Santander negaram a implementação de mudanças. Entretanto, no dia seguinte, a reestruturação foi divulgada nas redes sociais.

A postura do banco demonstrou um grande desrespeito aos trabalhadores e aos seus representantes. Em resposta, os membros que compõem a Comissão de Organização dos Empregados (COE) enviaram correspondência para a vice-presidente de Recursos Humanos do Santander, Germanuela de Almeida de Abreu, reivindicando negociação urgente sobre o tema e exigindo uma interlocução séria.

Entre as medidas adotadas pelo banco, estão mudanças na carteirização dos clientes e reestruturação de segmentos, como PJ e Select (alta renda). A reestruturação altera a rotina dos trabalhadores e tem gerado insegurança. O movimento sindical cobra, também, que o banco seja mais transparente em relação à estrutura do conglomerado e solicitou a lista de CNPJs e dos trabalhadores de todas as empresas da holding que realizam atividades bancárias ou semelhantes.

"É importante que a gente conheça esses trabalhadores, pois nós precisamos representá-los. Não aceitaremos que o banco fragmente a categoria para diminuir direitos", ressaltou Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

Lucro e demissões

O Santander Brasil acumulou R$ 11,5 bilhões de lucro, nos primeiros nove meses de 2025, e segue entre os três maiores bancos privados do. Deste total, apenas 40% são do banco e 60% das demais empresas do grupo. A operação brasileira também é uma das principais responsáveis pelos resultados globais. Porém, o excelente desempenho contrasta com uma reestruturação que atinge diretamente quem trabalha.

Desde 2019, o banco fechou 1.367 agências –queda de 58,7% – que passaram a ser chamadas de "lojas" nos balanços. No mesmo período, o número de clientes cresceu em 22,3 milhões (+47,4%). Com isso, a sobrecarga se ampliou: o número médio de clientes por empregado subiu 36,1% (de 988,8 para 1.346,2) e o número de clientes por agência aumentou 256,9%. A holding também encolheu, com 2.171 demissões em apenas três meses e 3.288 em doze meses.

 

Fonte: Sintrafi/CGR com SP Bancários

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