Engana-se quem pensa que a crise econômica e social do Brasil é consequência apenas da pandemia de Covid-19. O desemprego crescente, a precarização do mercado de trabalho e o aumento do custo dos alimentos estão relacionados também com o projeto econômico e político implementado após o golpe político-jurídico-midiático de 2016.

No mercado de trabalho, por exemplo, mesmo antes da pandemia, os sinais eram preocupantes. A situação piorou com a implementação das reformas trabalhista, previdenciária e do teto de gastos, medidas defendidas pelos governos Temer e Bolsonaro como solução para a crise na economia. 

Vendida como a salvação para alavancar a geração de empregos formais, a reforma trabalhista, em vigor desde 2017, provocou aumento do desemprego e da informalidade, redução da renda e precarização do trabalho. Bolsonaro também tem trabalhado duro na retirada de direitos dos trabalhadores. Hoje o país tem quase 15 milhões de desempregados. 

Atrelada à diminuição do poder de compra está a elevação dos preços, fruto de medidas executadas desde 2016, a exemplo da redução dos estoques reguladores da Conab (Companhia Nacional de Abastecimentos); o fim do subsídio do gás e da política de valorização do salário mínimo; além do aumento das exportações de alimentos. A pandemia agravou problemas já existentes, em decorrência do receituário ultraliberal que conduz as políticas executadas pelo governo federal. 

Fonte: Seeb-Bahia