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Um em cada 5 trabalhadores brasileiros já sofre com a Síndrome de Burnout

07/01/2020 - Por Bancários CGR

Evitar o burnout, promover o bem-estar, facilitar o cuidado dos filhos – não faltam razões por que empresas buscam reduzir a carga horária de trabalho de seus profissionais de maneira inteligente.

Faz um tempo que a palavra ‘burnout‘ começou a circular – a condição, que envolve sintomas de depressão, ansiedade e estresse relacionados diretamente com o trabalho, foi neste ano classificada pela OMS como síndrome. Agora, uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP estimou pela primeira vez quantas pessoas são afetadas no Brasil. E não é pouca gente: 20 milhões. Ou um em cada cinco trabalhadores. Quando se leva em consideração apenas algum dos sinais – mas não o conjunto que indica a ‘queima total’ –, tem-se que quase metade da força de trabalho do país já foi afetada.

A pesquisa foi feita com base em entrevistas com mais de seis mil pessoas entre 21 e 65 anos, de diferentes cidades e classes sociais. Quem mais sofre são as pessoas com menos de 30 anos, que têm menos recursos protetivos – como uma posição boa na empresa para dizer mais ‘nãos’ – e são menos propensos a encarar recomendações que fazem parte do tratamento, como largar o smartphone. Entre homens e mulheres, elas são as mais prejudicadas, o que certamente tem a ver com a jornada adicional de trabalho doméstico. Também conta o fato de elas ocuparem menos cargos de poder, o que gera uma sobrecarga por frustração, segundo a reportagem da Época.

Ao longo do texto, especialistas e trabalhadores comuns relacionam a alta prevalência à piora da rotina profissional nos últimos anos. Por exemplo, mesmo que alguém trabalhe oficialmente 40 horas por semana, essa contagem não capta as mensagens de whatsapp enviadas de noite e nos fins de semana. “Todos estão dependentes e escravizados por aplicativos”, diz Rosylane Rocha, presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Tem ainda os sistemas de metas para vários níveis de funcionários. E, evidentemente, a taxa de desemprego galopante.

A reportagem traz exemplos, como a de uma historiadora que aos 26 anos acumulava dois empregos, entrou no mestrado e, depois de dificuldades de concentração, prostração e crises de pânico, foi obrigada pelo psiquiatra a se afastar de tudo por 50 dias. Em outro caso, um engenheiro na casa dos 30 anos começou a sentir os sintomas, ignorou por algum tempo mas, eventualmente, procurou ajuda e “concordou em rever prioridades”. O pesquisador Jeffrey Pfeffer, autor do livro Dying for a paycheck (Morrendo por um salário), escreveu que “em locais de trabalho tóxico, as pessoas devem fazer o mesmo que fariam se estivessem em um lugar cheio de fumaça ou pegando fogo: sair. Não há outra alternativa razoável, pois as consequências para a saúde são mortais”.

Por aqui, sentimos falta de uma abordagem sobre como fica a situação de quem não tem a opção de tirar férias nem licença, nesse cenário de informalidade em alta e CLT se desmoronando.

Fonte: DMT em debate

 

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