A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, destacou a importância de se fazer uma campanha nacional no momento em que o país vive uma situação difícil e complexa. “A gente está em uma campanha defendendo os empregos, a democracia, a soberania, os bancos públicos. O golpe foi para atacar direitos, como a reforma trabalhista e a reforma da Previdência, é a política de entregar as empresas públicas. É nesse cenário que a gente vai fazer uma campanha nacional. A nossa força é nossa unidade, que se expressa aqui hoje”, afirmou Juvandia.
Uma política de desmonte do estado e de empobrecimento do pais foi a tônica da presidenta da Contraf em sua fala. “Bolsonaro devolveu recursos ao Tesouro sem necessidade, que poderiam ser devolvidos em 40 anos. Estamos vendo um presidente ausente, que governa para uma minoria para os ricos, que quer entregar as riquezas desse país, falou
Juvandia alertou também para a forma como Bolsonaro faz para desmontar os bancos públicos. “Como não podem vender tudo sem passar pelo congresso, estão fatiando, vendendo as áreas mais importante do serviço público, como a venda das loterias. A presidenta da Contraf lembrou o papel do banco do Brasil e da Caixa Econômica. “Hoje, as pessoas, para sacar suas aposentadorias precisam ir para outros municípios. Já os bancos privados só querem estar onde tem lucros astronômicos. Banco é concessão pública e precisa ter seu papel social”, disse.
“Neste ano temos muitos desafios para nossa campanha, com 12 milhões de desempregados, com uma pandemia no país, que infelizmente tem matado muitas pessoas e deixado muitas categorias expostas”, observou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
Ivone ressaltou que, graças às negociações do Comando Nacional dos Bancários, a categoria bancária conseguiu que cerca de 300 mil trabalhadores ficassem em casa e os bancos tomassem medidas para garantir a saúde da categoria e dos clientes. “Mas dia a dia temos lutado para que os bancos cumpram o que prometeram na mesa de negociações”, afirmou. Ivone destacou ainda a importância da categoria bancária para a economia do país, que injetou quase R$ 10 milhões na economia com a última negociação.
“Nas próximas eleições precisamos de candidatos alinhados com os trabalhadores, tanto nos executivos quanto nas casas legislativas, para que não haja tantos ataques aos sindicatos e nem aos direitos da classe trabalhadora”, destacou.
Correntes
Para enfrentar o momento difícil, a formação de uma frente ampla foi lembrada na abertura da conferência. “Em nenhum momento enfrentamos uma conjuntura tão adversa, com um governo que está fora de todo marco civilizatório de nossa sociedade, e não se sensibiliza com a morte das cidadãs e dos cidadãos brasileiros. Por isso, precisamos criar uma frente ampla para promover esse debate no Congresso com todas as forças democráticas do nosso país, assim como fazemos com a unidade das forças que compõem nosso Comando Nacional, que é o motor para tocar a luta de nossa categoria”, disse o presidente da Federação dos Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul e representante da corrente política Unidade, Jeferson Rubens Boava.
A criatividades foi destacada como forma de organizar a luta dos bancários. “Como todos os anos, não será uma campanha fácil, mas neste ano vai ser uma luta diferente, num modelo novo, virtual. Essa dificuldade está colocada, mas tenho certeza de que, com unidade vamos ter mais uma campanha vitoriosa”, disse o presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf/RJ-ES), representante da corrente política Fórum do Interior, Nilton Esperança.
A unidade da categoria e defesa dos direitos conquistados ao longo das lutas foram bandeiras levantada no encontro. “Nossa categoria tem sido alvo de um governo que sido obcecado em retirar direitos com medidas e decretos, atacando as organizações sindicais e favorecendo os grandes empresários. Devemos construir juntos a unidade e ouvir a voz da base, mobilizar a categoria para avançar em novas conquistas com aumento real dos salários. Não aceitaremos retrocessos nessa campanha”, disse o presidente Sindicato dos Bancários de Rondônia, representante da corrente política Enfrente, José Pinheiro.
“Nesta conferência, temos que nos organizar para darmos conta do conjunto de desafios que estão colocados para categoria no próximo período. O primeiro deles é fazer uma campanha em menos de 45 dias, que é o tempo que ainda resta de vigência da nossa atual Convenção Coletiva de Trabalho e, ainda assim, garantir nossos direitos e preservar os postos de trabalho na categoria”, disse o dirigente da Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul, representante da corrente política CSD, Juberlei Barcelos.
Carlos Pereira Araújo, secretário de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo e representante da corrente política Intersindical, lembrou que mesmo diante das dificuldades, será a unidade dos bancários com outras categorias de trabalhadores que vai fazer frente ao atual governo. “É nessa conjuntura que vamos, mesmo com alguns em home office, intensificar nossa mobilização e nossa luta, para garantir o emprego, a saúde e as condições de trabalho que são fundamentais para os trabalhadores. Vamos juntos com outros movimentos sindicais, construir o fora Bolsonaro, fora Mourão e chamaremos novas eleições gerais”, afirmou.
Para o o presidente da FEEB Bahia e Sergipe e Representante da corrente política CTB, Hermelino Souza Meira Neto, no momento atual, há um risco de ruptura democrática no país. “Estamos enfrentando ao mesmo tempo uma crise sanitária, uma crise econômica, política e moral. Isso está desestabilizando todo o país e traz muitos desafios à categoria bancária, como a defesa do emprego, dos direitos, combater o assédio moral, discutir o teletrabalho, e também o apoio às micros, pequenas e médias empresas”, destacou Neto.
“Nossa luta se dirige para a sociedade. Enfrentamos um desafio extremamente complexo de preservar a vida e conseguimos importante resultados. O movimento sindical mostra sua capacidade de se reinventar e defender temas importantes no mundo do trabalho, dando o ingrediente da solidariedade de classe e humana”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília e Região, representante da corrente política Articulação, Kleytton Guimarães Morais.
Sérgio Hiroshi Takemoto, secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e presidente da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), lembrou que durante os governos Lula e Dilma, a categoria bancária lutava por aumento de salário e por mais direitos. “Nós conseguimos agregar mais conquistas na nossa CCT (Convenção Coletiva de Trabalho). De lá para cá, nós só temos lutado para manter nossos direitos, os nossos bancos públicos e a democracia”, Para Takemoto, a luta no Brasil este ano passou a ser a condição de vida dos trabalhadores. “O Brasil atravessa uma das piores fases da história. Ainda em plena pandemia, a preocupação deste governo é vender empresas públicas e acabar com direitos. Por isso, somente com unidade vamos conseguir superar este momento tão difícil. É fundamental que a gente grite bem alto ‘fora Bolsonaro’”, destacou.
Bancários influenciam
Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), garantiu que a Campanha Nacional dos Bancárias influencia diretamente a campanha das demais categorias que têm bata base no segundo semestre. “Em toda campanha é fundamental que é tenha uma vitória econômica, com aumento real de salários, PLR, vales etc, para os trabalhadores de luta verem como vale a pena lutar. Mas, numa conjuntura como essa, com o desgoverno Bolsonaro e a sua irresponsabilidade com a população, que está levando o país a uma crise estrutural, faz com que a campanha salaria seja um momento de discutir também a conjuntura política. Nós da CUT temos claro que se queremos o Brasil com democracia, com liberdade, com crescimento econômico, com justiça social, com respeito a organização sindical, não dá com Bolsonaro. Viva os bancários, viva a classe trabalhadora e fora Bolsonaro e o seu governo genocida”, disse Sérgio Nobre.
Diante da crise mundial do capital, crise humanitária e sanitária, o secretário de Relações Internacionais da Intersindical, Ricardo Luiz Lima Saraiva, o Big, defendeu o resgate da democracia popular, a defesa da democracia para tirar do governo Bolsonaro e Mourão. “nosso governo menospreza essa crise e age apenas para tentar impedir a investigação de seus crimes e de sua família. Esse momento é fundamental e, por isso, nesta campanha temos como ponto central a unidade da classe trabalhadora”, afirmou.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Gonçalves de Araújo se disse preocupado com o Brasil mergulhado em recessão e caminhando para a depressão econômica. “Tudo leva a crer que a estrada a ser aberta levará o Brasil para uma profunda convulsão social. Mais de 90 % dos trabalhadores da informalidade perderam seus rendimentos. O governo adota todo o esforço para impor sua agenda ultra liberal, para desregulamentar a CLT, para desconstitucionalizar , privatizar, agredir o meio ambiente e desmontar a educação”, disse.
Fonte: Contraf-CUT