Encontro Nacional define novas estratégias de luta contra demissões do Itaú
11/07/2011 - Por Bancários CGR
A Contraf-CUT, federações e sindicatos realizaram na manhã desta  sexta-feira, 8, o Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú Unibanco,  no auditório Amarelo do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Ao todo,  60 dirigentes sindicais de todo o país compareceram e aprovaram novas  estratégias de luta contra as demissões e definiram as reivindicações  específicas dos trabalhadores do banco. 
 
 O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, participou da abertura do  evento e fez uma análise da conjuntura, destacando a importância do  evento. "Os funcionários do Itaú Unibanco estão vivendo um momento  difícil. Nós, do movimento sindical, temos que dar uma resposta forte ao  processo de demissões que o banco vem fazendo", avaliou Cordeiro. 
 
 "Nossa luta por emprego decente passa pela estabilidade, remuneração  justa, com a nossa saúde não sendo afetada pela pressão constante pelo  cumprimento de metas. É isso que queremos do Itaú Unibanco", defendeu o  presidente da Contraf-CUT. 
 
 Apesar do foco das demissões estar concentrado nos grandes centros  urbanos, o diagnóstico trazido pelos dirigentes sindicais é de que a  ameaça do desemprego ronda as agências de todo país. 
 
 Em reunião ocorrida na quinta-feira, dia 7, com as entidades sindicais,  após as mobilizações do Dia Nacional de Luta realizado na quarta-feira,  dia 6, o banco alegou que não há demissões em massa e que a saída de  trabalhadores ocorre dentro de um turn over considerado normal. 
 
 "Não concordamos e não consideramos normal essa rotatividade que coloca  pais e mães de família no olho da rua e contrata novas pessoas com  salários menores. Os trabalhadores querem a tranquilidade de saber que  terão seus empregos preservados. Queremos essa garantia", enfatizou  Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da Comissão de Organização  dos Empregados (COE) Itaú Unibanco, que assessora a Contraf-CUT nas  negociações com o banco.
 
 Outra característica comum em todas as regiões do país é o clima de  tensão que pressiona os trabalhadores do Itaú Unibanco. "O ambiente de  trabalho descrito pelos dirigentes sindicais, de modo geral, é ruim. Há  insegurança pelas ameaças de demissão e pela cobrança do cumprimento de  metas cada vez mais difíceis de serem realizadas", afirmou Wanderley. 
 
 Os participantes apontaram ainda que há falta generalizada de  funcionários nas agências. "Isso vem acarretando acúmulo de função,  sobrecarga de trabalho e, com isso, o descanso fica prejudicado. São  raros os casos em que bancários conseguem mais do que dez dias de  férias", denunciou. 
 
 Negociação sem resultados
 
 De acordo com Jair Alves, outro coordenador da COE Itaú Unibanco,  "apesar da retomada da mesa de negociações, a realidade é que os  interlocutores do banco não dão efetividade para as demandas das  entidades sindicais". A Contraf-CUT vem encaminhando temas importantes  ao banco, "mas não temos tido resposta nenhuma, nem mesmo para questões  simples, o que revela profundo desrespeito com os trabalhadores de todo  país".
 
 Jair citou, por exemplo, o caso das modificações na fita de caixa, que  deixou de ter segunda via em carbono (uma nova impressão da fita pode  ser feita por meio de funções implantadas nos caixas). "Os procedimentos  ainda não estão claros e vêm gerando transtornos. Queremos definições e  treinamento sobre essa situação", salientou.
 
 Campanha Nacional 
 
 Todos os pontos aprovados durante o Encontro Nacional convergiram para a  realização de uma Campanha de Mobilização, com o objetivo de combater  as demissões do banco. "Serão produzidos materiais para subsidiar as  atividades dos bancários em todo o país. Vamos lutar contra as demissões  e por melhores condições de trabalho para todos", reforçou Jair.
Fonte: Contraf-CUT
