Queixas contra bancos crescem 69% no 1º bimestre de 2011 no BC
12/04/2011 - Por Bancários CGR
O Banco Central (BC) recebeu 1.834 queixas de clientes contra  instituições bancárias em janeiro e fevereiro de 2011. O número  representa um aumento de 69,1% em relação às 1.084 reclamações  registradas no mesmo período do ano passado. As ocorrências campeãs são  os débitos não autorizados, que lideram o ranking há mais de um ano.
 
 Ainda segundo dados do BC, somente em fevereiro deste ano 841 denúncias  foram consideradas procedentes pela autoridade monetária, número 35%  maior que em 2010. O maior volume de queixas é dos clientes do Itaú  Unibanco, com 249 problemas relatados.
 
 "A grande quantidade de problemas enfrentados pelos clientes é fruto da  falta de compromisso dos bancos com a sociedade", afirma Marcel Barros,  secretário-geral da Contraf-CUT. "Para o sistema financeiro, clientes e  bancários são apenas fontes de renda, e não cidadãos com direitos que  devem ser respeitados", completa.
 
 O caminho natural de quem enfrenta algum aborrecimento é procurar a  agência bancária para tentar resolver a situação. Apenas quando as  informações repassadas pelas instituições não são satisfatórias é que o  consumidor costuma procurar outras formas de fazer valer o seu direito. 
 
 "As reclamações registradas no BC não traduzem corretamente a quantidade  de problemas enfrentados pelos correntistas, uma vez que a primeira  tentativa de solução é sempre na própria agência", lembra Roberto von  der Osten, secretário de Finanças da Contaf-CUT. "O número na verdade  representa o descaso dos bancos com os direitos de seus clientes",  sustenta.
 
 Em 2010, pouco mais de 9.700 queixas foram julgadas procedentes pelo BC -  o líder (Banco do Brasil) acumulou 2.538 reclamações. Os números  poderiam ser muito maiores, se todos os problemas entre bancos e  clientes fossem relatados à autoridade monetária. 
 
 "Apenas uma pequena parcela das pessoas decide procurar o BC. Muitas nem  sequer protestam, por descrença ou por não saberem que estão sendo  enganadas", analisa a economista Ione Amorim, do Instituto Brasileiro de  Defesa do Consumidor (Idec).
 
 "Esse crescimento é uma conjugação de fatores. Além de um melhor preparo  dos clientes, o crescimento da carteira dos bancos e o aumento de  atitudes abusivas acabaram influenciando os resultados", explica Ione.  Em muitos casos, como nos de operações não reconhecidas pelo consumidor,  é impossível prevenir o prejuízo antes que ele ocorra.
 
 Mudança de critérios
 
 A Resolução nº 2.878 do Banco Central, editada em 2001, estabelecia  limites e normas mais abrangentes para as instituições bancárias. À  época, milhares de reclamações de clientes insatisfeitos chegavam ao BC  todos os meses. Mas em 2009, a autoridade monetária realizou mudança nos  critérios para o registro de reclamações contra os bancos. 
 
 Hoje, os cidadãos que enfrentam problemas que não implicam  descumprimento de normas do Conselho Monetário Nacional, como tempo de  espera em filas e propagandas enganosas, têm suas demandas colocadas em  uma estatística à parte.
Fonte: Contraf-CUT com Correio Braziliense (via Seeb DF)

