Bancos desrespeitam bancários e não trazem proposta sobre remuneração
13/09/2011 - Por Bancários CGR
Em mais uma demonstração de desrespeito e enrolação, a Federação  Nacional dos Bancos (Fenaban) negou todas as reivindicações apresentadas  pelos bancários em relação aos itens de remuneração da pauta da  categoria. Na reunião ocorrida nesta segunda-feira (12), o Comando  Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, cobrou, entre  outros pontos prioritários, reajuste salarial de 12,8% (inflação do  período mais aumento real de 5%), PLR de três salários mais R$ 4.500,  piso do Dieese (R$ 2.297,51 em junho).
 
 A Fenaban também recusou a valorização do vale-refeição,  cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio creche/babá, no valor  do salário mínimo, hoje em R$ 545, bem como rejeitou a implantação de  Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) e de planos de previdência  complementar em todos os bancos. Como se não bastasse, os banqueiros  negaram o pagamento de salário substituto e a gratificação semestral de  1,5 salário para todos os bancários.
 
 "É inadmissível que setor financeiro com ganhos tão elevados se negue a  valorizar os seus funcionários, enquanto altos executivos ganham até 400  vezes mais do que o piso do bancário. O Brasil está entre os dez países  com a pior distribuição de renda do mundo e, para mudar essa situação, é  necessário aumentar salários", afirma Carlos Cordeiro, presidente da  Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "O discurso de que os  bancos não podem elevar os seus custos não convence ninguém. Os maiores  bancos do país lucraram mais de R$ 25 bilhões somente no primeiro  semestre de 2011", sustenta.
 
 Essa foi a terceira rodada de negociações da Campanha Nacional 2011. Nas  duas primeiras rodadas, foram discutidos os temas de emprego, igualdade  de oportunidades, saúde do trabalhador, segurança bancária e questões  sociais. 
 
 "A Fenaban já está há um mês com as demandas dos bancários e, em três  reuniões, discutindo as reivindicações da Campanha Nacional, os  banqueiros não aceitaram nenhuma de nossas demandas e não apresentaram  nenhuma proposta concreta", lamenta Cordeiro. "É uma sinalização muito  ruim que revela um profundo descaso com quem produz os resultados  fabulosos dos bancos", sustenta.
 
 Uma nova rodada de negociação ficou agendada para o próximo dia 20,  terça-feira, em São Paulo. A Fenaban prometeu apresentar uma proposta  global para a categoria. "Esperamos que os bancos venham com uma  proposta concreta que contemple as reivindicações da categoria,  envolvendo remuneração digna, emprego, saúde, condições de trabalho,  segurança e igualdade de oportunidades", alerta Carlos Cordeiro.
 
 Mobilização cresce em todo Brasil
 
 O Comando Nacional orientou a realização de três dias nacionais de  mobilização nesta semana para discutir com a categoria os temas da  minuta de reivindicações discutidos nas três reuniões realizadas entre  bancários e Fenaban. Novamente a participação é determinante, pois  precede a apresentação de propostas pelos bancos. "Vamos pressionar os  bancos para que apresentem propostas sobre todos os temas que preocupam  os bancários em seu dia a dia, a fim de que tenhamos emprego decente",  sustenta Cordeiro.
 
 A postura intransigente dos bancos, que não apresentaram propostas para  garantir emprego decente, aposentadoria digna, aumento real, mais  empregos, fim da rotatividade e combate à terceirização, dentre outras  demandas, está aumentando a insatisfação dos bancários e intensificando a  mobilização e a unidade nacional da categoria. Em vista disso, os  bancos têm apelado para práticas antissindicais e ameaças de descontar  os dias parados em caso de greve, como forma de tentar desmobilizar a  categoria que desde 2004 conquista aumento real de salários com  mobilização e greves.
 
 "É um absurdo essa posição dos bancos que não trouxeram nenhuma proposta  e já estão apostando no confronto", afirma Carlos Cordeiro. "A  categoria deve mostrar que não vai aceitar essa postura e fazer uma  campanha ainda mais forte que a de 2010, quando realizou a maior greve  dos últimos 20 anos, que arrancou aumento real pelo sétimo ano  consecutivo e a maior valorização do piso", completa.
 
 Veja o calendário das mobilizações:
 
 Dia 14 - emprego e igualdade de oportunidades
 Dia 15 - saúde, condições de trabalho e segurança
 Dia 16 - remuneração
 
 Confira o calendário das negociações:
 
 Dia 13 - negociação específica com a Caixa
 Dia 13 - negociação específica com o Banco do Nordeste
 Dia 14 - negociação específica com o Banco do Brasil
 Dia 16 - negociação específica com o Banco da Amazônia
 Dia 20 - quarta rodada de negociação com a Fenaban
 Dia 20 - negociação específica com o Banco do Brasil
Fonte: Contraf-CUT
