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Campanha Nacional: Bancários realizam dia nacional de luta por proposta digna

15/08/2024

Objetivo é reforçar cobrança à Fenaban por proposta completa para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e que corresponda às reivindicações dos bancários

Em mais um Dia Nacional de Luta, nesta quinta-feira (15), o Sindicato foi até as agências mobilizar os bancários e intensificar a luta para pressionar os bancos à entregar  uma proposta digna e global para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) na próxima mesa de negociações, agendada para próxima terça-feira (20).

A Campanha Nacional  chega em seu momento decisivo e apesar de estar com a pauta de reivindicações dos trabalhadores há cerca de dois meses, a Federação Nacional dos Bancos até agora, não apresentou proposta concreta para a categoria. Por isso, bancários de todo o país se mobilizaram em suas bases em resposta à postura da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na última rodada de negociações com o Comando Nacional dos Bancários. 

Reajuste salarial e aumento real não são luxos, são necessidades básicas para valorizar o trabalho diário. Com R$ 108,6 bilhões de lucro, os bancos podem sim atender as reivindicações da categoria. “Exigimos melhorias salariais, condições laborais mais justas com ambientes mais igualitários e saudáveis, fim das metas abusivas e do adoecimento”, frisou Esdras Luciano, presidente do Sindicato.

Além da mobilização nacional desta quinta, os bancários farão outro Dia Nacional de Luta no dia 19.


Reivindicações

O Comando Nacional dos Bancários entregou a minuta de reivindicações, para a renovação da CCT, no dia 18 de junho. O documento foi elaborado com base na Consulta Nacional dos Bancários, realizada com quase 47 mil trabalhadores. A minuta também foi submetida à aprovação pela 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e em assembleias realizadas em todo o país, com adesão de mais de 95% dos votantes.

Após a entrega da minuta, foram realizados uma série de encontros entre os representantes dos trabalhadores e dos bancos. "Em cada rodada, defendemos, ponto a ponto, as reivindicações da minuta, com base em dados sobre a realidade do mercado e a capacidade dos bancos. Dos 8.809 setores no país que fizeram negociações salariais, neste ano, 86% tiveram aumento real. Vários deles convivem com concorrência e tem lucros e rentabilidade muito inferiores aos dos bancos, a exemplo de comércio, agropecuária, serviços médicos hospitalares e energia elétrica", reforçou Juvandia Moreira.

Reivindicações da categoria por tema

Cláusulas econômicas

- Aumento salarial acima da inflação (reposição da inflação, pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%).
- Melhorias na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Dieese alerta que os percentuais de distribuição da PLR dos bancos caíram ao longo dos últimos anos, mesmo após reajustes, introdução da parcela adicional e mudanças de parâmetros dos cálculos de distribuição. Além disso, a distribuição da participação nos lucros não vem acompanhando o crescimento dos lucros no setor, ficando, na maioria dos bancos, abaixo do teto de 15% previsto na CCT.
- Aumento nas demais verbas, incluindo VA/VR, auxílio babá e auxílio creche.

Cláusulas sociais

- Igualdade de oportunidades e igualdade salarial, entre gênero e raça.
- Mais mulheres no setor de Tecnologia da Informação (TI) dos bancos.
- Olhar especial para bancárias e bancários transexuais, dada a vulnerabilidade social desse grupo com menor expectativa de vida no país, por conta da violência e preconceito que também dificultam o acesso e permanência no mercado de trabalho.
- Combate ao assédio moral e sexual.

Saúde

- Direito às pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes, para que tenham garantia de ambiente de trabalho adaptado e condições de ascensão profissional.
- Direito à desconexão.
- Combate à gestão por metas abusivas e que impacta na saúde e nas condições de trabalho.

E ainda

- Garantia de emprego e dos direitos conquistados.
- Fim das terceirizações.
- Retorno da homologação nos sindicatos, para que as entidades possam acompanhar de perto todo o processo, e garantir direitos dos desligados.
- Qualificação e requalificação profissional, sobretudo diante da revolução tecnológica.
- Indenização adicional em caso de demissão.
- Garantias para mães e pais de PCDs, quando necessitarem acompanhar filhos nos atendimentos médicos e educacionais.
- Segurança nos ambientes físicos e digitais do sistema financeiro.

Calendário de negociações

  • 20 de agosto
  • 21 de agosto
  • 27 de agosto

Saiba como foram as mesas de negociação

18 de junho - entrega da minuta de reivindicações

1ª rodada, 26 de junho - Cláusulas sociais – Emprego

2ª rodada, 2 de julho - Cláusulas sociais - Tetrabalho e jornada reduzida

3ª rodada, 11 de julho - Igualdade de oportunidade

4ª rodada, 18 de julho - Saúde - PCDs e neurodivergentes

5ª rodada, 25 de julho - Saúde - combate à gestão por metas excessivas

6ª rodada, 7 de agosto - Cláusulas econômicas - aumento real e valorização nas demais remunerações

7ª rodada, 13 de agosto - Primeiro retorno da Fenaban sobre as reivindicações

Fonte: Seeb.CGR com Contraf-CUT

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